Olhe-se a coisa da perspectiva que se olhe, os homens ficaram com a parte boa do ponto de vista biológico. Eles, ao contrário de nós, podem ter filhos até que são velhos carecas, desdentados e sem interesse nenhum. Nós não. Nós vimos com prazo de validade, ou assim nos dizem. Somos válidas durante o tempo que podemos ter filhos, que é pouco, o tempo em que somos atraentes e desejáveis. Depois acabou. A partir dessa altura esperam de nós um ar gracioso na retirada, deixarmos o lugar às mais novas, mais frescas, mais férteis.sábado, dezembro 30, 2006
A propósito de relógios
Olhe-se a coisa da perspectiva que se olhe, os homens ficaram com a parte boa do ponto de vista biológico. Eles, ao contrário de nós, podem ter filhos até que são velhos carecas, desdentados e sem interesse nenhum. Nós não. Nós vimos com prazo de validade, ou assim nos dizem. Somos válidas durante o tempo que podemos ter filhos, que é pouco, o tempo em que somos atraentes e desejáveis. Depois acabou. A partir dessa altura esperam de nós um ar gracioso na retirada, deixarmos o lugar às mais novas, mais frescas, mais férteis.sábado, dezembro 23, 2006
terça-feira, dezembro 12, 2006
Os indisponíveis
Desde o Modelo e Detective que a frustração é sempre a mesma. O casalinho que é perfeito um para o outro e que não se entende. Quer dizer, nós sabemos que eventualmente ficarão juntos mais lá para a frente na série, mas é como a cenoura e o burro, andamos, andamos e nunca lá chegamos. E quem diz Modelo e detective diz Ficheiros Secretos, Pretender, ou mais recentemente House ou CSI.Só um cego é que não percebe que o Grissom e a Sarah são perfeitos um para o outro, que ela o poderia salvar daquela alienação do mundo real e ele dar-lhe o sentido de permanência que tanta falta lhe faz. Mas isso nunca chega a acontecer. Temos de nos contentar com uma palavra mais terna, um olhar, um gesto, e construir a partir daí o romance todo na nossa cabeça.Em termos de estratégia televisiva nós até percebemos: a expectativa faz-nos ver episódio atrás de episódio, época atrás de época. Como é visto por homens e por mulheres contentam as mulheres com migalhas de romance e os homens com a disponibilidade, no sentido de um gajo esperto que não se deixa apanhar por mulheres, mais o bónus da personalidade nobre e heróica, que os homens nunca se curaram do papel de cavaleiro de armadura e tudo, são uns modelos da virilidade óptima, em todo o seu esplendor. O motivo porque nós, mulheres, nos sentimos atraídas por eles é que já é mais difícil de perceber. A não ser que o vejamos à luz da teoria da indisponibilidade.Ora, segundo a minha teoria, quanto mais indisponível um homem for, mais seduzirá uma mulher. O grau de interesse delas e de desinteresse deles é inversamente proporcional. Segundo o ideal romântico que nos dão a beber no biberão, os homens são criaturas nobres que, a seu bom tempo, nos encontrarão. Tal como a bela adormecida é suposto esperarmos, sem nos questionar porque raios, como na história, ele demorou cem anos para dar connosco. Por mais modernas que sejamos, por mais que tomemos a iniciativa, um homem que esteja aberta, clara e activamente interessado em nós não tem, de longe nem de perto, o mesmo interesse que um distante e inacessível. Um homem que não se faz de caro não dá luta, enche-nos de tédio num instante.A lógica retorcida por detrás disto reside muito na nossa crónica falta de auto - estima. Um homem que goste de nós assim, à primeira, tem, no mínimo dos mínimos, o defeito de não se fazer rogar, deve ser falta de vista e provir de uma longa linhagem de gente estúpida para não ver o que nós vemos- que há muitas (se não todas) mulheres melhores e mais interessantes que nós. E gente estúpida nunca é interessante ou desejável. Já um homem destes, um homem inacessível é logo outra qualidade de vida, mete-nos logo no nosso devido lugar. Temos de nos mostrar dignas e, até ao dia que o formos contentamo-nos com as migalhitas de atenção que eles bem entendem.A questão, minhas senhoras, é que devem é TER JUIZINHO. Deixem-se de inacessibilidade, meninas. Os homens inacessíveis continuarão sempre assim, inacessíveis, mesmo que lhes liguem pontualmente. E migalhas de carinho e de atenção estavam muito bem na Inglaterra vitoriana, mas agora deixam-nos o coração raquítico, à mingua. Mil vezes um homem abertamente interessado, sem dúvidas. Por essas e por outras é que comecei a ver a Anatomia de Grey. Ao menos esses sabem o que querem, o que é refrescante. E o Patrick Dempsey é sempre giro de se olhar. domingo, dezembro 03, 2006
Como os conselhos voltam como boomerangs
Para começo de conversa, as mulheres seguras e sem dúvidas em relação a si próprias são uma vergonha para a espécie feminina, são uma anomalia estatística. Todas as mulheres, ou pelo menos todas as que eu conheço têm qualquer coisa que as aborrece na sua aparência e que é a vergonha da sua existência, qualquer coisa que era perfeitamente escusadinha. E isto quando é só uma coisa, porque a maioria das vezes são muitas coisas. E aquilo que caras-metade pensam é um bocado secundário. Nós não pensamos tanto em função deles como em função umas das outras.O homem médio é cego aos detalhes, Deus o abençoe por isso, e não repara nesses detalhes, ou se repara tem o bom senso de ficar com a boca bem calada (espero eu). Umas com as outras é que já não é bem assim.A boa aparência é para benefício dos homens, não estejamos com tretas, porque como diz a canção, beleza é fundamental. Mas só até um certo ponto. Muito do que nós fazemos é para nos justificarmos perante as outras, os faux pas são imperdoáveis porque somos uma espécie de invejosas. E mesmo que sejamos umas líricas zen em que a nossa aparência não interessa, as outras vão certamente reparar. A dura verdade é que uma mulher desarranjada ou desmazelada é um alvo fácil, uma mulher com defeitos está mesmo a pedi-las. Para o resto da espécie feminina, uma mulher que não se arranje está mesmo a pedir que lhe arrebatem o homem, porque é até mal empregue naquela esta ou naquela aquela.Já disse que as mulheres são inseguras? Parece-me que sim. As mulheres sofrem mil mortes a pensar nestas coisas, no que eles podem pensar, no que elas podem pensar, no tudo que pode correr mal sendo nós as criaturas cheias de defeitos que somos.De modos que estava eu numa dessas trips de insegurança quando uma grande amiga minha me lembrou um conselho que eu lhe tinha dado há uns anos atrás: há tanta mulher no mundo, tanta tão mais perfeita e interessante e inteligente que se não arranjamos um homem que lhes resista, não vale a pena. É um bom conselho, não é? Se ao menos me tivesse lembrado dele em causa própria em vez dele voltar a mim como um boomerang e dar-me na cabeça...A verdade é que nós, as mulheres, precisamos de relaxar. Factos como celulite, estrias, rugas, gordurinhas, buços, pernas curtas, ancas largas, etc. , etc. são factos da vida. Nunca irão desaparecer. Podemos lutar com eles até um certo ponto, mas não até ao ponto onde nos dominem a vida e os pensamentos, não aproveitamos nada da vida se assim for. Temos de viver bem com a nossa pele, porque só temos este corpo, foi o que nos saiu na rifa da piscina genética dos nossos pais. E realmente, um homem que não esteja bem na nossa pele, que não seja nossa família no sentido de gostar de nós como somos não vale a pena, é demasiada manutenção. Precisamos de relaxar mais. E quanto às outras mulheres, temos igualmente de deixá-las andar. Sim, é verdade, podemos não ter umas pernas/ancas/caras perfeitas mas somos nós, com as nossas qualidades e os nossos defeitos, as nossas personalidades. Amar alguém perfeito é fácil, alguém imperfeito não. Se alguém tem o bom gosto extremo de gostar de nós mesmo com a legião e defeitos que temos, o melhor é mesmo não sabotar e aproveitar enquanto a cegueira dura...Feministas Eméritas
quarta-feira, novembro 29, 2006
Sala de Cinema
M Night Shyamalan era daqueles realizadores que, depois de um primeiro filme brilhante, foi decrescendo a qualidade dos filmes até estes serem umas nodoazitas. E disse era porque finalmente o homem redimiu-se com este excelente Lady In The Water.O homem voltou a por os twists de novo na moda. Voltou a pôr o suspense e o sobrenatural na moda. Talvez por isso agora toda a gente esperar que ele se mantenha no estilo e por isso tenham criticado tanto esta história de fadas tão extraordinária. Mas o homem não é obrigado a cingir-se ao mesmo estilo sempre. Nenhum cineasta o fez, porque o faria ele?De modos que agora volta com uma extraordinária fábula composta com cuidados de miniaturista, em que tudo encaixa.Não é um filme para todos os gostos, concedo, tem de se estar simultaneamente a esquecer os protótipos e acreditar neles. A suspension of disbelief tem de funcionar para a história de fadas, encontrando extraordinário no ordinário e não funcionar no que diz respeito ao que os heróis devem ser. Para começo de conversa, e apesar do protagonista ser a personagem de Paul Giamatti (soberbo), todas as suas personagens têm qualquer coisa de muito único e muito essencial à história. Nesse ponto faz-me lembrar, por exemplo o Amelie ou o Long Dimanche de Fiançailles do Jean-Pierre Jeunet. Tudo nesta história funciona como um requintado quebra-cabeças em que tudo faz sentido finalmente, sem pontas soltas, o que é bom porque detesto pontas soltas, dão comigo em doida.De qualquer forma é bom ver filmes com gente normal, com todas as cores, tamanhos e idades. Filmes com deusas loiras e vinte e poucos e deuses gregos musculados cansam como tudo. Mil vezes um Paul Giamatti, que apetece por ao colinho e levar para casa, hum hum hum hum... E a Bryce Dallas Howard, aqui verdadeiramente luminosa (o The Village nem aquenta nem arrefenta), que deve ser, seguramente, a melhor contribuição do Ron Howard para o cinema (mas assim, de longe).A não perder num DVD perto de si, já que só por muita sorte se apanha no cinema.sábado, novembro 25, 2006
terça-feira, novembro 21, 2006
Conselho nº 10(e último)- Sejam vocês mesmos
Caros homens, dei-lhes uma série de úteis conselhos para a vida até agora: o fazerem o trabalho de casa para conhecerem bem a mulher com quem estão, o de se lembrarem das coisas, o de falarem com elas, o de serem românticos e colaborarem nas tarefas de casa, o de fazerem uso da diplomacia, de serem sempre honestos, de dosearem os ciúmes e serem originais, chegando agora ao último e igualmente importante: sejam vocês mesmos.Apesar de parecer que não, estes últimos conselhos não pretendem mudar a vossa essência, nada disso, apenas tornarem a convivência mais fácil com os outros seres humanos, sejam mulheres ou não. Todos os conselhos, tirando um ou outro mais específico podem ser, sem prejuízo, adaptados a todas as áreas da vossa vida. Por exemplo, fazerem um esforço para conhecer os outros com quem se dão é um excelente conselho. A não ser que queiram levar a vida com conversas de circunstância de bar em que se tem de falar mais alto que a música e dizer banalidades, conhecer os gostos, sonhos e aspirações, ou pelo menos as opiniões alheias dá muito jeito. Evita confusões e discussões desnecessárias, evita faux pas como o de oferecer bife e batas fritas a um vegetariano rigoroso que só come frutas e legumes verdes pois acha um crime comer coisas que têm olhos e boca e etc.Colaborar com os outros é-o igualmente, não se fazer pesado e fazer a sua parte. Ser diplomata no que dizemos para não magoar desnecessariamente, ou manter sempre o princípio da honestidade. São conselhos que os tornam melhores seres humanos. Ninguém lhes está a pedir para mudar de personalidade ou convicções, apesar destes conselhos exigirem uma série de adaptações no estilo de vida.Há um erro básico que os homens cometem muitas vezes no início das relações: mudam de personalidade e hábitos radicalmente: não o façam. Deixar de fazer da casa de banho um lago ou colocar a roupa suja onde devem não é mudar de personalidade, é ser civilizado. Deixar todos os hobbies e interesses pessoais e adoptar sem pestanejar os dela é. E sejam homens ou mulheres, ninguém merece que deixemos de ser nós mesmos para fazer a relação funcionar. A longo prazo não é viável. Se no início em que tudo corre bem abdicar dos vossos interesses não parece grande coisa, a longo prazo é. Vão ficar frustrados, incompletos e agitados. Daí a culparem a pessoa com quem estão por isso é um passo. A arranjar outra que compartilhe os vossos interesses é outro.Discutir e negociar é normal numa relação. Uma relação em que não se discute é porque um deles se está a anular. Não acreditem na treta das almas gémeas em que tudo concorda com tudo, não é verdade. Ainda não há gente de encomenda que encaixe perfeitamente e, sinceramente, se existisse, seria uma seca monumental. A crua verdade é que estar com o outro é como cada um puxar a corda para cada lado com equilíbrio de modo a nenhum dar com o rabo no chão. Na altura de cederem, ou de chatearem tanto que a obriguem a ceder pensem se o que querem mesmo é uma vida inteira em que uma das partes fique mesmo infeliz. E de qualquer forma, uma relação em que têm de mudar tudo para serem queridos não vale a pena, a sério.sábado, novembro 18, 2006
quarta-feira, novembro 15, 2006
terça-feira, novembro 14, 2006
Conselho nº 9- Sejam originais
Meus caros, se chegaram a esta altura da vida sem que lhes tenham dito isto nunca, deixem que lhes diga: qualquer homem que oferece a uma mulher um presente que dê para ligar a uma tomada está a pedir sarilhos. Quando se chega à altura de oferecer um presente, por exemplo, um dia dos namorados, um natal, um aniversário, há que reflectir. Dar uma coisa com pés e cabeça que agrade à moça. Há que ser original. Vejamos as opções do costume.
Flores
No geral, as flores querem dizer uma e duas coisas: ou que se meteram em sarilhos e estão a tentar compor as coisas, ou que só se lembraram e Santa Bárbara quando troveja, vulgo, da data no próprio dia e as floristas calham de estar abertas. Eu até gosto de flores, mas fico sempre com a ideia que, bem, podia ter sido outra coisa. A flor de opção para o homem médio é a rosa. A rosa é o equivalente em flores das t-shirts brancas: o clássico, fica bem com quase tudo, mas não faz nada para demonstrar originalidade e imaginação. Sobretudo se forem vermelhas, a dita cor da paixão, e uma só, o número dos forretas. Se fazem questão de oferecer flores, fujam do habitual. Há inúmeras espécies, todas diferentes. Há junquilhos e lírios e gerberas e açucenas e margaridas e narcisos e azáleas e etc. etc. Há a hipótese de um arranjo multicolorido. Ou, se quiserem oferecer uma coisa que dure, uma planta num vaso. Assim quando tiverem de regar a plantita lembram-se sempre de vocês.
Peluches
Aviso desde já que tenho preconceitos com peluches. Como tenho contra os casais que se vestem de igual e que se chamam de 'more ou de "fofinho(a)". Acho que é dar uma espécie de menoridade intelectual a quem ama. como se amar implicasse obrigatoriamente uma regressão à primeira infância. Mas prontos, são gostos. Se tiverem mesmo, se se virem irremediavelmente compelidos a oferecer um peluche, pensem no tamanho. Maior não é melhor, porque se ela insistir em o ter em cima da cama, menos espaço sobra para vocês, o mesmo se aplica a se já tiverem 778.
Electrodomésticos
Os electrodomésticos NÃO são presentes que se apresentem, nunca. São uma coisa para a casa. Se não lhes passaria pela cabeça oferecer-lhe um sofá novo para a sala ou as compras do mês, porque raio acham que um micro-ondas ou um ferro de passar serve? É como se ela tivesse só a dimensão de dona-de-casa e não e mulher. E acreditem, nenhuma mulher gosta de pensar em si mesma como a dona de casa. Se as coisas fizerem mesmo falta comprem depois, nunca no aniversário e nunca, mas nunca mesmo, no dia dos namorados.
Lingerie
Oferecer lingerie não tem malzinho nenhum, e tem o bónus adicional e sabermos o que vos custa comprá-la. Uma mulher não tem problema nenhum em comprar boxers, já um homem fica envergonhado e constrangido, tem sempre o terror secreto que achem que é para ele. Acreditem, entrem numa loja de lingerie com confiança, ninguém vai achar que são drag queens ou têm fetiches esquisitos. Os números de soutiens e cuecas ainda não vêm marcados com o mais ou menos como as suas,falado para a empregada, assim (fazendo o gesto redondo com as mãos) ou enchem mais ou menos a minha mão. Façam o trabalho de casa e leiam a etiqueta da lingerie que elas já têm, evita muitos enganos caros e, sobretudo, muitas vergonhas. Capacitem-se ainda que há mais cores que o preto, o vermelho ou o branco, e que o vermelho só muito raramente evita parecer rasca.
Perfumes e Chocolates
Se detestam o cheiro dela, não se arrisquem a escolher um perfume mais ao vosso gosto, levem-nas convosco e cheguem a um acordo, ou correm o risco de ela não o usar. O tamanho é geralmente inversamente proporcional à qualidade. Se é grande e barato não deve ser grande coisa. Os perfumes são caros, é um facto da vida. Escolham o perfume que ela usa sempre, é valor seguro e satisfação garantida. Chocolates sim, desde que não espanhóis e/ou acompanhados com bocas de como já está gorda que chegue.
Livros e CDs
Não partam do princípio que se é livro de gaja e está na moda, ela vai gostar de ler. Perguntem. E a CDs, se desprezam a música que ela ouve, colonizem-lhe o gosto com calma, mas não à bruta. Se ela ama Mariah Carrey não vai aceitar com prazer o melhor da Diamanda Galás ou dos Muse. Ofereçam uma coisa no meio-termo, pois vão ter e ouvir também o que lhe ofereceram. Convém que seja uma coisa que não os deixe passados da cabeça. Ou a ela.
Por último, as melhores prendas são as inesperadas, só porque sim, e as personalizadas, aquelas que vão directamente de encontro aos interesses delas. Um presente certeiro é igual a uma mulher grata, e, por conseguinte, a um namorado devidamente recompensado...
segunda-feira, novembro 13, 2006
quinta-feira, novembro 09, 2006
Eye Candy
segunda-feira, novembro 06, 2006
Conselho nº 8- Doseiem os ciúmes
Pensem nos ciúmes, meus queridos, como um sabonete molhado no duche. Se apertamos demais foge-nos da mão, se apertarmos de menos também não conseguimos segurar. A questão está na parte mais difícil: o meio-termo.quinta-feira, novembro 02, 2006
segunda-feira, outubro 30, 2006
Conselho nº 7- Sejam Honestos
Once inside a womans heartA man must keep his head
Heaven opens up the door
Where angels fear to tread
Some men go crazy
Some men go slow
Some men go just where they want
Some men never go"
Bob Seger, Shame on the moonlight
quinta-feira, outubro 26, 2006
segunda-feira, outubro 23, 2006
Conselho nº 6- Sejam diplomáticos
A verdade é que o conselho original era "Sejam Cavalheiros", mas a verdade é que é um conselho difícil de dar, porquanto homens e mulheres têm noções diferentes do que isso implica. Enquanto nós pensamos em galanteria e abertura de portas, puxamento de cadeiras ao jantar e oferta de guarda-chuvas quando chove vocês pensam na necessidade extrema de proteger as mulheres não as deixando ir sozinhas a lado nenhum e explicando-lhes as coisas como se tivessem três anos e uma evolução cognitiva abaixo da média. Assim, em vez de cavalheirismo, que parte demasiadas vezes do princípio de que somos seres cheios de humores contraditórios e feitos de vida ofereço o compromisso politicamente correcto das Nações Unidas: sejam diplomáticos.Com ser diplomáticos quero eu dizer que pensem duas ou três vezes no que dizem em vez de deixar sair os comentários da boca como o malfadado TGV. Nós as mulheres, apesar de não sermos uma massa de hormonas ingovernáveis, ou pelo menos não mais que vocês, temos alguns pontos sensíveis, muito facilmente melindráveis por comentários insensíveis. Eu sei que a maioria das vezes não fazem de propósito, reagindo com um incrédulo"Quê, mas que é que eu disse?", mas a verdade é que o que quer que seja já saiu e depois é uma trabalheira. Ou é preciso horas de desculpas por uma coisa que ou não se lembram o que foi ou que foi perfeitamente inócua, ou em casos mais graves uma visita à florista, à loja de lingerie (e qualquer homem sabe perfeitamente a provação horrorosa que isso pode ser), à bomboniére ou à agência de viagens. Podem ter de dar por vocês a falar hoooooooooooooooooooooooras de sentimentos íntimos com elas, ou pior, com as amigas/irmãs/mães delas se a boca foi realmente desastrada. Não seria muito mais fácil, económico, doloroso, prevenir tudo isto? Pois é, meus amigos, a diplomacia compensa.
O aspecto é uma coisa que uma mulher é sempre muito sensível. Tudo o que lhe diga respeito pode ser uma mina terrestre hipersensível. Assim, quando ela perguntar se está bem assim, digam que está perfeita. Não o digam como se fosse um frete, no sentido do "sim, sim, mas despacha-te de uma vez com isso", mas sim como se o sentissem mesmo. Treinem ao espelho se mentir não for muito fácil para vocês. Podem sempre dizer "realça muito os teus olhos", mesmo que esteja vestida de roxo da cabeça aos pés. Cai bem e ganha-vos pontos. Se a resposta for honestamente não, e ela parecer uma maltrapilha vestida com as coisas que vão para os contentores de doações para África ou qualquer coisa no género digam... "está frio/calor lá fora, acho que essa roupa não é muito confortável", "porque não usas aquela roupa que te ofereci nos anos" ou " não tens um casaco comprido?". Se ela insistir, mudem de planos. Em vez de ir para aquele bar chiquésimo ouvir jazz ou sair com os amigos digam que querem estar a sós com ela e levem-na a namorar à beira-mar ou a um sítio remoto e pouco frequentado onde não os conheçam. A vergonha é menor e, mais uma vez, ganham pontos pelo gesto romântico inesperado.
Se acharem que a vossa namorada está a ficar um pouco mais "cheiinha" (nunca usem a palavra gorda mesmo que elas a usem primeiro, é um anátema para as mulheres mais sensíveis, apesar de ser um adjectivo qualificativo simples sem ofensa incorporada), usem formas inventivas para a fazer notar. Convidem-nas para fazer exercício convosco, caminhadas ou natação, não o futebol da quarta-feira à noite com os amigos, claro. Levem-nas a dar passeios a pé ao fim de semana. Aprendam a fazer saladas giras e saudáveis. Mudem igualmente de hábitos em vez de minar a dieta delas, tristes e debruçadas sobre a salada com vocês a comer pizza. E por favor, não sejam fúteis. Se a desgraçada ganhou o peso a ter um filho é uma mulher muito ocupada e insegura com o seu aspecto físico, insegura como mulher. Não precisa que o pai do rebento lhe diga que parece uma vaca leiteira (mesmo que elas o digam primeiro e mesmo sendo uma expressão perfeitamente descritiva sem insulto incorporado).
Por último, sejam inteligentes com os defeitos delas. Se são naturalmente ciumentas, façam com que elas confiem em vocês. Ignorem o mulherio circundante (sei que está na massa do sangue masculino, mas olhar discretamente em vez de olhos esbugalhados nunca fez mal a relação nenhuma). Se são atrasadas, marquem para uma hora mais cedo que a ideal e assim está pronta à hora que precisam sair. Escondam a edição da FHM com a Carla Matadinho. Melhor pensando, leiam a FHM na hora do almoço e babem o que quiserem o exemplar mas não levem a revista para casa. E digam-lhes que as amam. Sim, as mulheres são parvas o suficiente para perdoar quase tudo se o disserem de forma convincente.
quarta-feira, outubro 18, 2006
segunda-feira, outubro 16, 2006
Conselho nº 5- Colaborem
quarta-feira, outubro 11, 2006
terça-feira, outubro 10, 2006
segunda-feira, outubro 09, 2006
Conselho nº 4- Sejam românticos

sexta-feira, outubro 06, 2006
Histórias de fadas para meninas más
quinta-feira, outubro 05, 2006
quarta-feira, outubro 04, 2006
Conselho nº 3- Falem com elas
Se bem que quem dava o conselho no filme do Almodôvar era um moço ligeiramente perturbado da cabeça (para não dizer muito), o conselho é excelente. falem com elas.Compreendam uma coisa: monossílabos e grunhidos de assentimento não contam como conversa. Dizerem hum hum e claro ou até o mais articulado "tens toda a razão" não só não conta como uma conversa como os pode meter em sarilhos consideráveis. Se uma mulher estiver irritada e quiser discutir, ou deprimida e quiser desabafar, um ou outro som gutural da vossa garganta vai apenas irritá-la. Não encarem o "precisamos de falar" como uma condenação e um castigo mas sim como uma oportunidade de ficarem a conhecer melhor a pessoa com quem dividem a vida. Falem com elas como se, efectivamente, se importassem com o que elas estão a sentir. Se não as ignorarem podem ver os sinais de alarme ao longe e tentar resolvê-los, porque se o fizerem o mais provável é serem apanhados de surpresa com coisas como, "acho melhor darmos um tempo", ou, "fiz as tuas malas e vai-te embora", ou ainda "estou apaixonada por outra pessoa". Lembrem-se sempre: uma mulher feliz e realizada numa relação dificilmente se põe à procura de coisa melhor. É para vosso próprio bem. Ou pensem bem no vosso passado: quantas vezes usaram o golpe do compreensivo e do bom ouvinte para conseguir uma miúda? Precisamente.Lembrem-se, também, que os telemóveis foram feitos para falar, não para mandar telegramas. Mesmo com a vida cara como está podem dar-se ao luxo de falar com elas mais que dois ou três segundos, a sério. As mulheres são seres secretamente preocupados. Cada vez que não têm notícias do homem da vida delas ou o imaginam coberto de sangue, morto numa valeta, com as duas pernas e os dois braços engessados no hospital, impedidos de ligar, ou nos braços de uma mulher qualquer, invariavelmente mais nova/bonita/magra que nós. E quando vocês ligam tarde, obviamente não estão mortos nem engessados. Imaginem a opção que fica. Tentem uma abordagem nova e radical: liguem-lhes e falem mesmo. É outro pequeno truque para aumentar a vossa qualidade de vida. O truque do só liguei para dizer que te amo do Stevie Wonder pode ser velho e lamechas, mas ficarão surpreendidos por ver que funciona 99,9% das vezes.SMS não podem nunca ser considerados como conversa. São uma arma cobarde. Se bem que um ou outro sms fofinho os mantêm nas boas graças femininas, não façam disso sistema. A voz quente do nosso homem é muito melhor que letras num ecran de todas as perspectivas que olhem a coisa.Por último, se virem que a relação está mal, falem com elas. É melhor sabermos o que está a acontecer e estarmos preparadas para o caso de serem vocês a dizer "vamos dar um tempo", "vou sair de casa" ou "estou apaixonado por outra pessoa". Dói menos.Acreditem, o Almodôvar é que sabe, falem com elas. Mesmo.
quinta-feira, setembro 28, 2006
quarta-feira, setembro 27, 2006
Conselho nº 2- Lembrem-se
Meus amigos: o Homem enquanto espécie passou milhares de anos a evoluir até chegar à presente forma. A cada passo a evolução, uma das coisas que se alterava mais era a capacidade cerebral. Os cérebros cresceram e cresceram e cresceram. Em relação às restantes espécies, o nosso cérebro é enorme. Eu sugiro vivamente que o ponham a uso.Porquê, meu Deus, porquê, não conseguem vocês lembrar-se das coisas? Até parece que não vivem no mesmo mundo que nós, horas, datas, coisas, tudo escorre por essas cabeças como um passador e não fica. Tirando dados sobre palmarés desportivos parece que não estão geneticamente predispostos para se lembrarem das coisas. Infelizmente para vocês, já nós é o contrário. Nós lembramo-nos das coisas, sabemos as datas, no geral, sabemos a quantas andamos. Mesmo uma despassarada crónica como eu consegue manter uma noção geral de calendário e passagem do tempo. E fico muito chateada quando se esquecem dessas coisas.Percebam uma coisa: a maioria das mulheres é sentimental. Por mais modernas e desprendidas que sejam as mulheres, por mais que digam que as datas para celebrar o amor são armadilhas de consumismo, se os maridos ou namorados aparecem em casa no dia dos namorados de mãos vazias é bom que tenham uma boa desculpa, ou irão rolar cabeças e não será bonito de se ver. Não é pelas prendas em si, mas sim por sabermos que a pessoa com quem estamos quer celebrar connosco o facto de estarmos juntos. Precisamos de saber que somos lembradas e queridas. É um detalhe, certo, mas para nós os detalhes fazem o grande plano e não os grandes gestos.Outra coisa potencialmente geradora de conflitos é a pontualidade. Adaptem-se um pouco à pessoa com quem estão. Se fizeram o trabalho de casa, como sugerido com conselho número um, sabem se ela é pontual ou não. Cheguem ao meio-termo. Um atraso vosso de meia hora arruína, não só uma boa maquilhagem, como também qualquer hipótese de uma noite romântica decente com reboladela no feno no fim. Se são britanicamente pontuais, atenuem. Arranjar-se demora o seu tempo, e se gostam de nos ter com um aspecto razoável saibam que temos de recorrer a variadíssimas artimanhas e engenhocas que exigem concentração e estratégia. Uma mulher esforça-se.Por último, lembrem-se do que nos dizem. Se fazem promessas, lembrem-se delas e cumpram-nas. Mantenham registos, até porque podem servir como argumentos de defesa em caso daquelas discussões que implicam coisas que vocês disseram há mais de meia hora.Eu sei que às vezes é difícil lembrar-se das coisas todas, datas de aniversários e assim. Mas meus amigos, o ser humano é previdente e não deixa nada ao acaso. Acreditem ou não, já há tecnologia que ajuda. Já existem no mercado e a preços convidativos esses auxiliares da vossa memória coisas como calendários e agendas onde podem registar atempadamente essas coisas. Existem pequenas folhas coloridas e que aderem a diversas superfícies que se chamam post-its e que servem para escrever pequenos lembretes e colocá-los em locais claramente visíveis. Até um objecto comum, como o telemóvel pode cumprir essa função, pois alguns têm a função de agenda e a maioria, desde que posteriores a 1998, a função de alarme e de lembretes. Façam listas. Qualquer que seja a opção que tomem nesse âmbito, vão ver como é muito melhor. A vossa qualidade de vida vai aumentar imenso, acreditem.terça-feira, setembro 26, 2006
segunda-feira, setembro 25, 2006
Conselho nº 1- Façam o trabalho de casa

Ajuda
segunda-feira, setembro 18, 2006
O sentido de moda masculino

Não é verdade que os homens, no geral, não têm sentido de moda. Eu diria até que antes pelo contrário. O que acontece é que o sentido de moda deles é, digamos, exercido de uma forma diferente daquela que nós fazemos. Enquanto as mulheres gastam muito tempo e energia a estar na moda os homens concentram-se em arranjar uma mulher que o esteja.Os homens não passam a vida angustiados com esta ou aquela peça de roupa que esteja na moda e dê a imagem certa, mas sim numa namorada adequada. Para os homens, as mulheres são como um longo cabide cheio de roupa de todas as espécies. O tipo de roupa que escolherem é que vai ditar o bem sucedidos que são. É que, percebam, como algumas de nós jamais sairiam com as amigas com um trapo velho qualquer, os homens pensam o mesmo das namoradas que têm. O que elas são por dentro é irrelevante, porque, como tudo na vida, é uma questão de aparência. Uns com os outros competem entre si para ver o que tem a namorada mais gira, mais elegante, mais moderna, porque é a namorada que têm que o vai definir. Um homem rico e bem sucedido dificilmente vai andar com uma mulher que lhe seja confortável como um par de chinelos porque isso seria, bem, como andar com um par de chinelos com o seu fato Armani caríssimo. Assim vão arranjar o equivalente a uns sapatos italianos de pele de bezerro recém-nascido feitos à mão por monges carmelitas: a mulher troféu.Ao contrário de muitas mulheres (mas não todas), que passam a vida a tentar encontrar um homem que lhes dê uma relação significativa, os pensamentos de muitos homens (mas nem todos, graças a todos os santinhos da corte celeste) são muito mais superficiais que isso. Tudo o que uma mulher tem de fazer é estar razoavelmente bem e satisfazer-lhe os desejos, mantendo-se no estado geral em que a adicionou ao guarda-roupa. Os céus não permitam que elas ganhem borboto, desbotem, ou, ó anátema, alarguem. É que se alargarem vão ter de ir para o armário e ser substituídas por outras e ir às compras é uma chatice. Nisto também eles são criaturas de hábitos.Tal como muitas mulheres sem juízo nem bom senso, os homens não têm a noção do ridículo nas mulheres. Nenhum modelo está acima da sua idade ou tipo físico, dando o aspecto geral de uma mulher de sessenta enfiada num modelo pensado para uma de vinte. É patético, mas nem por isso deixam de o fazer. É que, percebem, nós, as mulheres, temos a mania que nunca estamos à altura deles. Uma mulher que tenha um homem bonito, ou tem uma dose brutal de autoconfiança (facto raríssimo entre as mulheres), ou morre mil mortes sempre a achar-se feia e desajeitada e que vai ser trocada por uma mulher mais nova, ou mais bonita, ou mais magra ou simplesmente por outra. Os homens não. Tudo se adequa aquele corpinho (independentemente de como o corpinho é) e nada está acima das suas capacidades de ancorar o troféu adequado. Podem ter a modelo mais linda da estação que acham sempre, mas sempre, que podem arranjar melhor (em vez de se benzerem vinte vezes e agradecerem ao destino a mulher maravilhosa que lhes caiu na rifa).Depois, quando finalmente conseguem encontrar o modelo que lhes sirva e os satisfaça, pelo menos naquele momento, o resto das mulheres passa a estar em saldo, ou seja, como nós fazemos, não é que precisemos de mais roupa, mas está ali e é barata e aproveitamos a oportunidade.Felizmente, e para se redimirem, há alguns homens que mantêm o seu próprio sentido de moda e escolhem uma mulher sem estes modismos todos. Esses são os melhores, mas raros. Tal como a peça perfeita de roupa, aquela que nos assenta bem, é confortável e nos torna incrivelmente elegantes, são um num milhão. Mas são os melhores, os únicos que valem a pena...
terça-feira, setembro 12, 2006
Histórias de fadas para meninas más
segunda-feira, setembro 11, 2006
O Gene cosedor de meias
Não importa o moderna, o liberada, o feminista que uma mulher é, chega sempre aquela altura na história das relações em que é traída pelo seu gene traiçoeiro, aquele que achava que não tinhamos mas aí está, o gene cosedor de meias. Quem diz cosedor de meias diz preparador de refeições, passador de camisas, etc. etc. As mulheres não conseguem evitar tomar conta do homem com quem estão. quarta-feira, setembro 06, 2006
Os meninos da mamã e as mamãs dos meninos

Na eventualidade encontrarmos um homem aceitável, sem defeitos demasiado visíveis, sabemos que a batalha ainda não está ganha. É que quando ficamos com uma pessoa vêm com ela uma data de pessoas, uma delas sendo a mamã deles.Se há alguma coisa que os meninos gostam e respeitam é a mamã deles. E têm razão para isso. Afinal, quem os alimentou e tomou conta eles, quem lhes lava a roupa e lhes faz comidinha até terem trinta? Elas. Amam os filhinhos até ao exagero e nunca ninguém será bom o suficiente para o seu príncipe. Aos olhos delas nós é que somos as sapas, e sem qualquer possibilidade de algum dia nos transformarmos em princesas.No fundo, tudo isso é uma questão de território. Nós as mulheres somos tão territoriais que fazemos parecer qualquer despique masculino um desentendimento entre duas freiras acerca do tipo de flores com que enfeitar o altar.Uma sogra média, ao ter uma nora não ganha uma filha, e sim uma guerra. E sejamos realistas, as sogras estão em vantagem. Conhecem bem o território, estão em vantagem numérica e muito melhor armadas que nós. Afinal, criaram-nos e têm a vantagem de terem filhos que acreditam cegamente que elas só querem o melhor para eles, sendo que o melhor nunca somos nós. Uma mulher com pouca auto-estima pode até ficar destroçada. Depois, do outro lado da barricada estamos nós. Alerta e prontas para ferrar quem tentar tirar o nosso homem. E as mães são outras mulheres dispostas a tirar os filhos das nossas garras, para o bem delas, claro. Todos sabemos que, nesta circunstância a luta não será bonita, ou justa. E invariavelmente nunca é.Qualquer sogra inteligente sabe que não ganha nada em atacar de frente. Depois de todo o choro e ranger de dentes, os filhos delas, por mais que amem as mamãs, voltam para casa com as mulheres ou namoradas, e por mais dilacerante que seja, dificilmente acabarão uma relação com quem gostam para fazer a vontade à mamã. Mesmo nunca passando da adolescência, até os homens têm limites para o grau de infantilidade a que descem. Restam então duas estratégias: a do desgaste ou a da sabotagem. A do desgaste já todas sofremos na carne, que a carne está seca ou insossa, que decoração é feia, que gerimos mal a casa, que filho está magro como um caniço (mesmo que tenha engordado como um texugo desde que está connosco), que não temos gosto and so on, and so on, and so on. A da sabotagem é para as sogras realmente inteligentes. Mesmo sendo as nossas melhores amigas e as criaturas mais doces do mundo, têm sempre uma ou outra palavra a dizer ao filho nas nossas costas, semeando a discórdia e a dúvida. É a técnica do bombardeamento cirúrgico dos ouvidos dos filhos. Muito antes dos americanos se lembrarem disso, já as sogras usavam está técnica há gerações e gerações. É arma perfeita, limpa, indolor. É genial.Contra as sogras pouco podemos fazer, afinal, tiveram o bom gosto de gerar as pessoas que amamos. Podemos lutar com elas com as mesmas armas, o que não é muito ético mas nos lava a alma, ou ignorá-las, o que requer considerável sentido de humor e espírito zen. Livrar-nos delas é que não. É uma das pequenas tragédias da vida.
terça-feira, agosto 29, 2006
A síndrome de Peter Pan

Quando eu tinha oito anos as coisas andavam mais ou menos equitativas entre rapazes e raparigas. Com um canal só de televisão todos víamos mais ou menos a mesma coisa. Eles podiam sonhar que eram o Dartacão, nós sonhávamos que éramos a Julieta e a coisa ficava por ali. O tempo foi passando, nós, as raparigas, fomos crescendo e sonhando que éramos outras coisas e queríamos outras coisas. Já os rapazes não. E se sonhar que se é o Tom Sawyer sempre descalço junto ao rio a passear é normal aos oito anos, o mesmo não se pode dizer aos trinta. Sim, minhas amigas, lamento informá-las que a síndrome de Peter Pan está vivo e de boa saúde.
Uma mulher com o passar do tempo vai criando expectativas. Nos filmes, na música, nos livros, na televisão, há uma data de imagens que nos fazem sonhar com o que queremos num homem. E são homens sérios ou engraçados, misteriosos ou abertos, mas sobretudo, adultos. E o que se passa é que vai-se a ver e não encontramos equivalência no mundo real. Os adultos estão em vias de extinção. Os homens da nossa idade não cresceram, estão a sacar da net o ursinho Mischa ou o Verão azul e a sonhar que são o Tom Sawyer junto ao rio a passear. Ainda. Ora, se os homens fazem isso, se não crescem, quem nos vai trazer flores? Quem nos vai levar a passear ao luar, por mais piroso que pareça, quem vai conversar connosco sobre o sentido da vida? Se não os conseguimos arrancar da frente da playstation ou da net, quem vai partilhar o banho de espuma connosco? É frustrante. Antigamente, na geração das nossas mães, os homens mal podiam esperar para crescer. Numa geração em que os meninos andavam de calções enquanto eram pequenos, os homens mal podiam esperar para crescer e ter calças compridas e deixar crescer o bigode (e por mais que desaprove as pilosidades faciais, a não ser uma barba de três dias sexy como a do Mike Delfino no Donas de Casa Desesperadas, tenho de lhes louvar a determinação). Os homens cresciam. Escreviam cartas de amor. Eram pais de família. Agora não. Chamem-me antiquada, mas se puder escolher entre alguém que não tenha soldados os dedos ao comando da playstation e um que tenha escolherei sempre o primeiro. Não quero saber se para eles é melhor, se os mantém jovens de espírito e previne o Alzheimer. Ser adulto é sempre mais apelativo.
Se a geração dos nossos pais não tivesse inventado a noção de adolescência nós não estávamos nesta embrulhada. Nos anos 40 ser-se adolescente era uma coisa esquisita. Mal deixavam de ser crianças os meninos queriam passar logo a ser adultos, mal podiam esperar. Queriam usar chapéus e levar as meninas a passear nas tardes de domingo. Queriam sair de casa dos pais logo que possível. Agora não. Agora ser adolescente é o melhor do mundo. É confortável. Deixam-se arrastar pela cultura da adolescência como quem usa uns chinelos confortáveis e vão estando e estando e estando. O trintão médio tem a mentalidade e o comportamento de um puto de doze anos. Gosta de mulheres como as que vê nas revistas pornográficas, mas não dispensa a bola com os amigos, as cartas Magic, a playstation e os miminhos da mamã. Mesmo que faça um esforço para namorar "à séria" há coisas que nunca lhes passaria pela cabeça abdicar, a sua colecção de carros de brincar, por exemplo.
Para agravar a situação, estes Peter Pan são financeiramente solventes. Antigamente gastavam o seu dinheiro sabiamente a constituir família, comprar uma casa e ter filhos como dita a ordem natural das coisas. Agora não. Como saem cada vez mais tarde da casa dos pais e trabalham só para eles, podem alimentar os seus vícios à vontade. Têm dinheiro para enterrar nos seus brinquedos, desde os romances gráficos hentai importados do Japão a jantes de liga leve com não sei quantas polegadas. Aliás, se tivermos azar, parte desse orçamento vai para cosméticos e Spas, se forem metrossexuais.
Gostaria de terminar o texto com um manual de sobrevivência e uma mensagem animadora. Minhas amigas, lamento, mas não a tenho. Até ver, não há solução conhecida. Nem tentá-los com favores sexuais imaginativos resulta, lol. Ou se resulta, é temporário. A playstation será sempre a outra, ou então o futebol com os amigos, ou a net. Por isso, é sofrer estoicamente e sonhar com encontrar um que, milagrosamente, não seja tão puto (por mais vã esperança que seja, sempre nos consola). Pode ser que a geração seguinte seja melhor, mas eu não contaria com isso. Apesar de ser ligeiramente reconfortante saber que o nosso namorado se porta como um adolescente é porque ainda o é não recomendo. Legalmente pode ser complicado.
quinta-feira, agosto 24, 2006
Histórias de Fadas para Meninas Más
quarta-feira, agosto 23, 2006
Histórias de Fadas para Meninas Más
Os homens, pensava Rapunzel enquanto o amado trepava pela trança, são uma fonte considerável de dores de cabeça.
segunda-feira, agosto 21, 2006
A Última Fronteira

Se as mulheres forem razoavelmente tolerantes e de espírito aberto, praticamente todos os tipos de homem têm o seu encanto. O charme sacana dos filhos da mãe, as piadinhas forçadas dos engraçadinhos, o ar tímido dos intelectuais, todos os géneros têm o seu encanto. Fica, no entanto, uma àrea por explorar e apreciar: os foleiros.
terça-feira, agosto 15, 2006
segunda-feira, agosto 14, 2006
Melhor que Valium

Há poucas coisas melhores que o prazer de comprar uns sapatos novos, pouca coisa supera a expectativa, a antecipação de usar os sapatos, combiná-los com a roupa e pô-los a uso. É verdade que parece futilidade, sobretudo se se coleccionarem em grande número como muitas de nós fazem, mas o que tem de ser tem muita força. Uns sapatos nunca nos desapontam.



























