sábado, dezembro 30, 2006
A propósito de relógios
sábado, dezembro 23, 2006
terça-feira, dezembro 12, 2006
Os indisponíveis
domingo, dezembro 03, 2006
Como os conselhos voltam como boomerangs
Feministas Eméritas
quarta-feira, novembro 29, 2006
Sala de Cinema
sábado, novembro 25, 2006
terça-feira, novembro 21, 2006
Conselho nº 10(e último)- Sejam vocês mesmos
sábado, novembro 18, 2006
quarta-feira, novembro 15, 2006
terça-feira, novembro 14, 2006
Conselho nº 9- Sejam originais
Flores
No geral, as flores querem dizer uma e duas coisas: ou que se meteram em sarilhos e estão a tentar compor as coisas, ou que só se lembraram e Santa Bárbara quando troveja, vulgo, da data no próprio dia e as floristas calham de estar abertas. Eu até gosto de flores, mas fico sempre com a ideia que, bem, podia ter sido outra coisa. A flor de opção para o homem médio é a rosa. A rosa é o equivalente em flores das t-shirts brancas: o clássico, fica bem com quase tudo, mas não faz nada para demonstrar originalidade e imaginação. Sobretudo se forem vermelhas, a dita cor da paixão, e uma só, o número dos forretas. Se fazem questão de oferecer flores, fujam do habitual. Há inúmeras espécies, todas diferentes. Há junquilhos e lírios e gerberas e açucenas e margaridas e narcisos e azáleas e etc. etc. Há a hipótese de um arranjo multicolorido. Ou, se quiserem oferecer uma coisa que dure, uma planta num vaso. Assim quando tiverem de regar a plantita lembram-se sempre de vocês.
Peluches
Aviso desde já que tenho preconceitos com peluches. Como tenho contra os casais que se vestem de igual e que se chamam de 'more ou de "fofinho(a)". Acho que é dar uma espécie de menoridade intelectual a quem ama. como se amar implicasse obrigatoriamente uma regressão à primeira infância. Mas prontos, são gostos. Se tiverem mesmo, se se virem irremediavelmente compelidos a oferecer um peluche, pensem no tamanho. Maior não é melhor, porque se ela insistir em o ter em cima da cama, menos espaço sobra para vocês, o mesmo se aplica a se já tiverem 778.
Electrodomésticos
Os electrodomésticos NÃO são presentes que se apresentem, nunca. São uma coisa para a casa. Se não lhes passaria pela cabeça oferecer-lhe um sofá novo para a sala ou as compras do mês, porque raio acham que um micro-ondas ou um ferro de passar serve? É como se ela tivesse só a dimensão de dona-de-casa e não e mulher. E acreditem, nenhuma mulher gosta de pensar em si mesma como a dona de casa. Se as coisas fizerem mesmo falta comprem depois, nunca no aniversário e nunca, mas nunca mesmo, no dia dos namorados.
Lingerie
Oferecer lingerie não tem malzinho nenhum, e tem o bónus adicional e sabermos o que vos custa comprá-la. Uma mulher não tem problema nenhum em comprar boxers, já um homem fica envergonhado e constrangido, tem sempre o terror secreto que achem que é para ele. Acreditem, entrem numa loja de lingerie com confiança, ninguém vai achar que são drag queens ou têm fetiches esquisitos. Os números de soutiens e cuecas ainda não vêm marcados com o mais ou menos como as suas,falado para a empregada, assim (fazendo o gesto redondo com as mãos) ou enchem mais ou menos a minha mão. Façam o trabalho de casa e leiam a etiqueta da lingerie que elas já têm, evita muitos enganos caros e, sobretudo, muitas vergonhas. Capacitem-se ainda que há mais cores que o preto, o vermelho ou o branco, e que o vermelho só muito raramente evita parecer rasca.
Perfumes e Chocolates
Se detestam o cheiro dela, não se arrisquem a escolher um perfume mais ao vosso gosto, levem-nas convosco e cheguem a um acordo, ou correm o risco de ela não o usar. O tamanho é geralmente inversamente proporcional à qualidade. Se é grande e barato não deve ser grande coisa. Os perfumes são caros, é um facto da vida. Escolham o perfume que ela usa sempre, é valor seguro e satisfação garantida. Chocolates sim, desde que não espanhóis e/ou acompanhados com bocas de como já está gorda que chegue.
Livros e CDs
Não partam do princípio que se é livro de gaja e está na moda, ela vai gostar de ler. Perguntem. E a CDs, se desprezam a música que ela ouve, colonizem-lhe o gosto com calma, mas não à bruta. Se ela ama Mariah Carrey não vai aceitar com prazer o melhor da Diamanda Galás ou dos Muse. Ofereçam uma coisa no meio-termo, pois vão ter e ouvir também o que lhe ofereceram. Convém que seja uma coisa que não os deixe passados da cabeça. Ou a ela.
Por último, as melhores prendas são as inesperadas, só porque sim, e as personalizadas, aquelas que vão directamente de encontro aos interesses delas. Um presente certeiro é igual a uma mulher grata, e, por conseguinte, a um namorado devidamente recompensado...
segunda-feira, novembro 13, 2006
quinta-feira, novembro 09, 2006
Eye Candy
segunda-feira, novembro 06, 2006
Conselho nº 8- Doseiem os ciúmes
quinta-feira, novembro 02, 2006
segunda-feira, outubro 30, 2006
Conselho nº 7- Sejam Honestos
A man must keep his head
Heaven opens up the door
Where angels fear to tread
Some men go crazy
Some men go slow
Some men go just where they want
Some men never go"
Bob Seger, Shame on the moonlight
quinta-feira, outubro 26, 2006
segunda-feira, outubro 23, 2006
Conselho nº 6- Sejam diplomáticos
Com ser diplomáticos quero eu dizer que pensem duas ou três vezes no que dizem em vez de deixar sair os comentários da boca como o malfadado TGV. Nós as mulheres, apesar de não sermos uma massa de hormonas ingovernáveis, ou pelo menos não mais que vocês, temos alguns pontos sensíveis, muito facilmente melindráveis por comentários insensíveis. Eu sei que a maioria das vezes não fazem de propósito, reagindo com um incrédulo"Quê, mas que é que eu disse?", mas a verdade é que o que quer que seja já saiu e depois é uma trabalheira. Ou é preciso horas de desculpas por uma coisa que ou não se lembram o que foi ou que foi perfeitamente inócua, ou em casos mais graves uma visita à florista, à loja de lingerie (e qualquer homem sabe perfeitamente a provação horrorosa que isso pode ser), à bomboniére ou à agência de viagens. Podem ter de dar por vocês a falar hoooooooooooooooooooooooras de sentimentos íntimos com elas, ou pior, com as amigas/irmãs/mães delas se a boca foi realmente desastrada. Não seria muito mais fácil, económico, doloroso, prevenir tudo isto? Pois é, meus amigos, a diplomacia compensa.
O aspecto é uma coisa que uma mulher é sempre muito sensível. Tudo o que lhe diga respeito pode ser uma mina terrestre hipersensível. Assim, quando ela perguntar se está bem assim, digam que está perfeita. Não o digam como se fosse um frete, no sentido do "sim, sim, mas despacha-te de uma vez com isso", mas sim como se o sentissem mesmo. Treinem ao espelho se mentir não for muito fácil para vocês. Podem sempre dizer "realça muito os teus olhos", mesmo que esteja vestida de roxo da cabeça aos pés. Cai bem e ganha-vos pontos. Se a resposta for honestamente não, e ela parecer uma maltrapilha vestida com as coisas que vão para os contentores de doações para África ou qualquer coisa no género digam... "está frio/calor lá fora, acho que essa roupa não é muito confortável", "porque não usas aquela roupa que te ofereci nos anos" ou " não tens um casaco comprido?". Se ela insistir, mudem de planos. Em vez de ir para aquele bar chiquésimo ouvir jazz ou sair com os amigos digam que querem estar a sós com ela e levem-na a namorar à beira-mar ou a um sítio remoto e pouco frequentado onde não os conheçam. A vergonha é menor e, mais uma vez, ganham pontos pelo gesto romântico inesperado.
Se acharem que a vossa namorada está a ficar um pouco mais "cheiinha" (nunca usem a palavra gorda mesmo que elas a usem primeiro, é um anátema para as mulheres mais sensíveis, apesar de ser um adjectivo qualificativo simples sem ofensa incorporada), usem formas inventivas para a fazer notar. Convidem-nas para fazer exercício convosco, caminhadas ou natação, não o futebol da quarta-feira à noite com os amigos, claro. Levem-nas a dar passeios a pé ao fim de semana. Aprendam a fazer saladas giras e saudáveis. Mudem igualmente de hábitos em vez de minar a dieta delas, tristes e debruçadas sobre a salada com vocês a comer pizza. E por favor, não sejam fúteis. Se a desgraçada ganhou o peso a ter um filho é uma mulher muito ocupada e insegura com o seu aspecto físico, insegura como mulher. Não precisa que o pai do rebento lhe diga que parece uma vaca leiteira (mesmo que elas o digam primeiro e mesmo sendo uma expressão perfeitamente descritiva sem insulto incorporado).
Por último, sejam inteligentes com os defeitos delas. Se são naturalmente ciumentas, façam com que elas confiem em vocês. Ignorem o mulherio circundante (sei que está na massa do sangue masculino, mas olhar discretamente em vez de olhos esbugalhados nunca fez mal a relação nenhuma). Se são atrasadas, marquem para uma hora mais cedo que a ideal e assim está pronta à hora que precisam sair. Escondam a edição da FHM com a Carla Matadinho. Melhor pensando, leiam a FHM na hora do almoço e babem o que quiserem o exemplar mas não levem a revista para casa. E digam-lhes que as amam. Sim, as mulheres são parvas o suficiente para perdoar quase tudo se o disserem de forma convincente.
quarta-feira, outubro 18, 2006
segunda-feira, outubro 16, 2006
Conselho nº 5- Colaborem
quarta-feira, outubro 11, 2006
terça-feira, outubro 10, 2006
segunda-feira, outubro 09, 2006
Conselho nº 4- Sejam românticos
sexta-feira, outubro 06, 2006
Histórias de fadas para meninas más
quinta-feira, outubro 05, 2006
quarta-feira, outubro 04, 2006
Conselho nº 3- Falem com elas
Se bem que quem dava o conselho no filme do Almodôvar era um moço ligeiramente perturbado da cabeça (para não dizer muito), o conselho é excelente. falem com elas.Compreendam uma coisa: monossílabos e grunhidos de assentimento não contam como conversa. Dizerem hum hum e claro ou até o mais articulado "tens toda a razão" não só não conta como uma conversa como os pode meter em sarilhos consideráveis. Se uma mulher estiver irritada e quiser discutir, ou deprimida e quiser desabafar, um ou outro som gutural da vossa garganta vai apenas irritá-la. Não encarem o "precisamos de falar" como uma condenação e um castigo mas sim como uma oportunidade de ficarem a conhecer melhor a pessoa com quem dividem a vida. Falem com elas como se, efectivamente, se importassem com o que elas estão a sentir. Se não as ignorarem podem ver os sinais de alarme ao longe e tentar resolvê-los, porque se o fizerem o mais provável é serem apanhados de surpresa com coisas como, "acho melhor darmos um tempo", ou, "fiz as tuas malas e vai-te embora", ou ainda "estou apaixonada por outra pessoa". Lembrem-se sempre: uma mulher feliz e realizada numa relação dificilmente se põe à procura de coisa melhor. É para vosso próprio bem. Ou pensem bem no vosso passado: quantas vezes usaram o golpe do compreensivo e do bom ouvinte para conseguir uma miúda? Precisamente.Lembrem-se, também, que os telemóveis foram feitos para falar, não para mandar telegramas. Mesmo com a vida cara como está podem dar-se ao luxo de falar com elas mais que dois ou três segundos, a sério. As mulheres são seres secretamente preocupados. Cada vez que não têm notícias do homem da vida delas ou o imaginam coberto de sangue, morto numa valeta, com as duas pernas e os dois braços engessados no hospital, impedidos de ligar, ou nos braços de uma mulher qualquer, invariavelmente mais nova/bonita/magra que nós. E quando vocês ligam tarde, obviamente não estão mortos nem engessados. Imaginem a opção que fica. Tentem uma abordagem nova e radical: liguem-lhes e falem mesmo. É outro pequeno truque para aumentar a vossa qualidade de vida. O truque do só liguei para dizer que te amo do Stevie Wonder pode ser velho e lamechas, mas ficarão surpreendidos por ver que funciona 99,9% das vezes.SMS não podem nunca ser considerados como conversa. São uma arma cobarde. Se bem que um ou outro sms fofinho os mantêm nas boas graças femininas, não façam disso sistema. A voz quente do nosso homem é muito melhor que letras num ecran de todas as perspectivas que olhem a coisa.Por último, se virem que a relação está mal, falem com elas. É melhor sabermos o que está a acontecer e estarmos preparadas para o caso de serem vocês a dizer "vamos dar um tempo", "vou sair de casa" ou "estou apaixonado por outra pessoa". Dói menos.Acreditem, o Almodôvar é que sabe, falem com elas. Mesmo.
quinta-feira, setembro 28, 2006
quarta-feira, setembro 27, 2006
Conselho nº 2- Lembrem-se
terça-feira, setembro 26, 2006
segunda-feira, setembro 25, 2006
Conselho nº 1- Façam o trabalho de casa
Ajuda
segunda-feira, setembro 18, 2006
O sentido de moda masculino
Não é verdade que os homens, no geral, não têm sentido de moda. Eu diria até que antes pelo contrário. O que acontece é que o sentido de moda deles é, digamos, exercido de uma forma diferente daquela que nós fazemos. Enquanto as mulheres gastam muito tempo e energia a estar na moda os homens concentram-se em arranjar uma mulher que o esteja.Os homens não passam a vida angustiados com esta ou aquela peça de roupa que esteja na moda e dê a imagem certa, mas sim numa namorada adequada. Para os homens, as mulheres são como um longo cabide cheio de roupa de todas as espécies. O tipo de roupa que escolherem é que vai ditar o bem sucedidos que são. É que, percebam, como algumas de nós jamais sairiam com as amigas com um trapo velho qualquer, os homens pensam o mesmo das namoradas que têm. O que elas são por dentro é irrelevante, porque, como tudo na vida, é uma questão de aparência. Uns com os outros competem entre si para ver o que tem a namorada mais gira, mais elegante, mais moderna, porque é a namorada que têm que o vai definir. Um homem rico e bem sucedido dificilmente vai andar com uma mulher que lhe seja confortável como um par de chinelos porque isso seria, bem, como andar com um par de chinelos com o seu fato Armani caríssimo. Assim vão arranjar o equivalente a uns sapatos italianos de pele de bezerro recém-nascido feitos à mão por monges carmelitas: a mulher troféu.Ao contrário de muitas mulheres (mas não todas), que passam a vida a tentar encontrar um homem que lhes dê uma relação significativa, os pensamentos de muitos homens (mas nem todos, graças a todos os santinhos da corte celeste) são muito mais superficiais que isso. Tudo o que uma mulher tem de fazer é estar razoavelmente bem e satisfazer-lhe os desejos, mantendo-se no estado geral em que a adicionou ao guarda-roupa. Os céus não permitam que elas ganhem borboto, desbotem, ou, ó anátema, alarguem. É que se alargarem vão ter de ir para o armário e ser substituídas por outras e ir às compras é uma chatice. Nisto também eles são criaturas de hábitos.Tal como muitas mulheres sem juízo nem bom senso, os homens não têm a noção do ridículo nas mulheres. Nenhum modelo está acima da sua idade ou tipo físico, dando o aspecto geral de uma mulher de sessenta enfiada num modelo pensado para uma de vinte. É patético, mas nem por isso deixam de o fazer. É que, percebem, nós, as mulheres, temos a mania que nunca estamos à altura deles. Uma mulher que tenha um homem bonito, ou tem uma dose brutal de autoconfiança (facto raríssimo entre as mulheres), ou morre mil mortes sempre a achar-se feia e desajeitada e que vai ser trocada por uma mulher mais nova, ou mais bonita, ou mais magra ou simplesmente por outra. Os homens não. Tudo se adequa aquele corpinho (independentemente de como o corpinho é) e nada está acima das suas capacidades de ancorar o troféu adequado. Podem ter a modelo mais linda da estação que acham sempre, mas sempre, que podem arranjar melhor (em vez de se benzerem vinte vezes e agradecerem ao destino a mulher maravilhosa que lhes caiu na rifa).Depois, quando finalmente conseguem encontrar o modelo que lhes sirva e os satisfaça, pelo menos naquele momento, o resto das mulheres passa a estar em saldo, ou seja, como nós fazemos, não é que precisemos de mais roupa, mas está ali e é barata e aproveitamos a oportunidade.Felizmente, e para se redimirem, há alguns homens que mantêm o seu próprio sentido de moda e escolhem uma mulher sem estes modismos todos. Esses são os melhores, mas raros. Tal como a peça perfeita de roupa, aquela que nos assenta bem, é confortável e nos torna incrivelmente elegantes, são um num milhão. Mas são os melhores, os únicos que valem a pena...
terça-feira, setembro 12, 2006
Histórias de fadas para meninas más
segunda-feira, setembro 11, 2006
O Gene cosedor de meias
quarta-feira, setembro 06, 2006
Os meninos da mamã e as mamãs dos meninos
Na eventualidade encontrarmos um homem aceitável, sem defeitos demasiado visíveis, sabemos que a batalha ainda não está ganha. É que quando ficamos com uma pessoa vêm com ela uma data de pessoas, uma delas sendo a mamã deles.Se há alguma coisa que os meninos gostam e respeitam é a mamã deles. E têm razão para isso. Afinal, quem os alimentou e tomou conta eles, quem lhes lava a roupa e lhes faz comidinha até terem trinta? Elas. Amam os filhinhos até ao exagero e nunca ninguém será bom o suficiente para o seu príncipe. Aos olhos delas nós é que somos as sapas, e sem qualquer possibilidade de algum dia nos transformarmos em princesas.No fundo, tudo isso é uma questão de território. Nós as mulheres somos tão territoriais que fazemos parecer qualquer despique masculino um desentendimento entre duas freiras acerca do tipo de flores com que enfeitar o altar.Uma sogra média, ao ter uma nora não ganha uma filha, e sim uma guerra. E sejamos realistas, as sogras estão em vantagem. Conhecem bem o território, estão em vantagem numérica e muito melhor armadas que nós. Afinal, criaram-nos e têm a vantagem de terem filhos que acreditam cegamente que elas só querem o melhor para eles, sendo que o melhor nunca somos nós. Uma mulher com pouca auto-estima pode até ficar destroçada. Depois, do outro lado da barricada estamos nós. Alerta e prontas para ferrar quem tentar tirar o nosso homem. E as mães são outras mulheres dispostas a tirar os filhos das nossas garras, para o bem delas, claro. Todos sabemos que, nesta circunstância a luta não será bonita, ou justa. E invariavelmente nunca é.Qualquer sogra inteligente sabe que não ganha nada em atacar de frente. Depois de todo o choro e ranger de dentes, os filhos delas, por mais que amem as mamãs, voltam para casa com as mulheres ou namoradas, e por mais dilacerante que seja, dificilmente acabarão uma relação com quem gostam para fazer a vontade à mamã. Mesmo nunca passando da adolescência, até os homens têm limites para o grau de infantilidade a que descem. Restam então duas estratégias: a do desgaste ou a da sabotagem. A do desgaste já todas sofremos na carne, que a carne está seca ou insossa, que decoração é feia, que gerimos mal a casa, que filho está magro como um caniço (mesmo que tenha engordado como um texugo desde que está connosco), que não temos gosto and so on, and so on, and so on. A da sabotagem é para as sogras realmente inteligentes. Mesmo sendo as nossas melhores amigas e as criaturas mais doces do mundo, têm sempre uma ou outra palavra a dizer ao filho nas nossas costas, semeando a discórdia e a dúvida. É a técnica do bombardeamento cirúrgico dos ouvidos dos filhos. Muito antes dos americanos se lembrarem disso, já as sogras usavam está técnica há gerações e gerações. É arma perfeita, limpa, indolor. É genial.Contra as sogras pouco podemos fazer, afinal, tiveram o bom gosto de gerar as pessoas que amamos. Podemos lutar com elas com as mesmas armas, o que não é muito ético mas nos lava a alma, ou ignorá-las, o que requer considerável sentido de humor e espírito zen. Livrar-nos delas é que não. É uma das pequenas tragédias da vida.
terça-feira, agosto 29, 2006
A síndrome de Peter Pan
Quando eu tinha oito anos as coisas andavam mais ou menos equitativas entre rapazes e raparigas. Com um canal só de televisão todos víamos mais ou menos a mesma coisa. Eles podiam sonhar que eram o Dartacão, nós sonhávamos que éramos a Julieta e a coisa ficava por ali. O tempo foi passando, nós, as raparigas, fomos crescendo e sonhando que éramos outras coisas e queríamos outras coisas. Já os rapazes não. E se sonhar que se é o Tom Sawyer sempre descalço junto ao rio a passear é normal aos oito anos, o mesmo não se pode dizer aos trinta. Sim, minhas amigas, lamento informá-las que a síndrome de Peter Pan está vivo e de boa saúde.
Uma mulher com o passar do tempo vai criando expectativas. Nos filmes, na música, nos livros, na televisão, há uma data de imagens que nos fazem sonhar com o que queremos num homem. E são homens sérios ou engraçados, misteriosos ou abertos, mas sobretudo, adultos. E o que se passa é que vai-se a ver e não encontramos equivalência no mundo real. Os adultos estão em vias de extinção. Os homens da nossa idade não cresceram, estão a sacar da net o ursinho Mischa ou o Verão azul e a sonhar que são o Tom Sawyer junto ao rio a passear. Ainda. Ora, se os homens fazem isso, se não crescem, quem nos vai trazer flores? Quem nos vai levar a passear ao luar, por mais piroso que pareça, quem vai conversar connosco sobre o sentido da vida? Se não os conseguimos arrancar da frente da playstation ou da net, quem vai partilhar o banho de espuma connosco? É frustrante. Antigamente, na geração das nossas mães, os homens mal podiam esperar para crescer. Numa geração em que os meninos andavam de calções enquanto eram pequenos, os homens mal podiam esperar para crescer e ter calças compridas e deixar crescer o bigode (e por mais que desaprove as pilosidades faciais, a não ser uma barba de três dias sexy como a do Mike Delfino no Donas de Casa Desesperadas, tenho de lhes louvar a determinação). Os homens cresciam. Escreviam cartas de amor. Eram pais de família. Agora não. Chamem-me antiquada, mas se puder escolher entre alguém que não tenha soldados os dedos ao comando da playstation e um que tenha escolherei sempre o primeiro. Não quero saber se para eles é melhor, se os mantém jovens de espírito e previne o Alzheimer. Ser adulto é sempre mais apelativo.
Se a geração dos nossos pais não tivesse inventado a noção de adolescência nós não estávamos nesta embrulhada. Nos anos 40 ser-se adolescente era uma coisa esquisita. Mal deixavam de ser crianças os meninos queriam passar logo a ser adultos, mal podiam esperar. Queriam usar chapéus e levar as meninas a passear nas tardes de domingo. Queriam sair de casa dos pais logo que possível. Agora não. Agora ser adolescente é o melhor do mundo. É confortável. Deixam-se arrastar pela cultura da adolescência como quem usa uns chinelos confortáveis e vão estando e estando e estando. O trintão médio tem a mentalidade e o comportamento de um puto de doze anos. Gosta de mulheres como as que vê nas revistas pornográficas, mas não dispensa a bola com os amigos, as cartas Magic, a playstation e os miminhos da mamã. Mesmo que faça um esforço para namorar "à séria" há coisas que nunca lhes passaria pela cabeça abdicar, a sua colecção de carros de brincar, por exemplo.
Para agravar a situação, estes Peter Pan são financeiramente solventes. Antigamente gastavam o seu dinheiro sabiamente a constituir família, comprar uma casa e ter filhos como dita a ordem natural das coisas. Agora não. Como saem cada vez mais tarde da casa dos pais e trabalham só para eles, podem alimentar os seus vícios à vontade. Têm dinheiro para enterrar nos seus brinquedos, desde os romances gráficos hentai importados do Japão a jantes de liga leve com não sei quantas polegadas. Aliás, se tivermos azar, parte desse orçamento vai para cosméticos e Spas, se forem metrossexuais.
Gostaria de terminar o texto com um manual de sobrevivência e uma mensagem animadora. Minhas amigas, lamento, mas não a tenho. Até ver, não há solução conhecida. Nem tentá-los com favores sexuais imaginativos resulta, lol. Ou se resulta, é temporário. A playstation será sempre a outra, ou então o futebol com os amigos, ou a net. Por isso, é sofrer estoicamente e sonhar com encontrar um que, milagrosamente, não seja tão puto (por mais vã esperança que seja, sempre nos consola). Pode ser que a geração seguinte seja melhor, mas eu não contaria com isso. Apesar de ser ligeiramente reconfortante saber que o nosso namorado se porta como um adolescente é porque ainda o é não recomendo. Legalmente pode ser complicado.
quinta-feira, agosto 24, 2006
Histórias de Fadas para Meninas Más
quarta-feira, agosto 23, 2006
Histórias de Fadas para Meninas Más
Os homens, pensava Rapunzel enquanto o amado trepava pela trança, são uma fonte considerável de dores de cabeça.
segunda-feira, agosto 21, 2006
A Última Fronteira
Se as mulheres forem razoavelmente tolerantes e de espírito aberto, praticamente todos os tipos de homem têm o seu encanto. O charme sacana dos filhos da mãe, as piadinhas forçadas dos engraçadinhos, o ar tímido dos intelectuais, todos os géneros têm o seu encanto. Fica, no entanto, uma àrea por explorar e apreciar: os foleiros.
terça-feira, agosto 15, 2006
segunda-feira, agosto 14, 2006
Melhor que Valium
Há poucas coisas melhores que o prazer de comprar uns sapatos novos, pouca coisa supera a expectativa, a antecipação de usar os sapatos, combiná-los com a roupa e pô-los a uso. É verdade que parece futilidade, sobretudo se se coleccionarem em grande número como muitas de nós fazem, mas o que tem de ser tem muita força. Uns sapatos nunca nos desapontam.