domingo, dezembro 03, 2006

Como os conselhos voltam como boomerangs

Para começo de conversa, as mulheres seguras e sem dúvidas em relação a si próprias são uma vergonha para a espécie feminina, são uma anomalia estatística. Todas as mulheres, ou pelo menos todas as que eu conheço têm qualquer coisa que as aborrece na sua aparência e que é a vergonha da sua existência, qualquer coisa que era perfeitamente escusadinha. E isto quando é só uma coisa, porque a maioria das vezes são muitas coisas. E aquilo que caras-metade pensam é um bocado secundário. Nós não pensamos tanto em função deles como em função umas das outras.O homem médio é cego aos detalhes, Deus o abençoe por isso, e não repara nesses detalhes, ou se repara tem o bom senso de ficar com a boca bem calada (espero eu). Umas com as outras é que já não é bem assim.A boa aparência é para benefício dos homens, não estejamos com tretas, porque como diz a canção, beleza é fundamental. Mas só até um certo ponto. Muito do que nós fazemos é para nos justificarmos perante as outras, os faux pas são imperdoáveis porque somos uma espécie de invejosas. E mesmo que sejamos umas líricas zen em que a nossa aparência não interessa, as outras vão certamente reparar. A dura verdade é que uma mulher desarranjada ou desmazelada é um alvo fácil, uma mulher com defeitos está mesmo a pedi-las. Para o resto da espécie feminina, uma mulher que não se arranje está mesmo a pedir que lhe arrebatem o homem, porque é até mal empregue naquela esta ou naquela aquela.Já disse que as mulheres são inseguras? Parece-me que sim. As mulheres sofrem mil mortes a pensar nestas coisas, no que eles podem pensar, no que elas podem pensar, no tudo que pode correr mal sendo nós as criaturas cheias de defeitos que somos.De modos que estava eu numa dessas trips de insegurança quando uma grande amiga minha me lembrou um conselho que eu lhe tinha dado há uns anos atrás: há tanta mulher no mundo, tanta tão mais perfeita e interessante e inteligente que se não arranjamos um homem que lhes resista, não vale a pena. É um bom conselho, não é? Se ao menos me tivesse lembrado dele em causa própria em vez dele voltar a mim como um boomerang e dar-me na cabeça...A verdade é que nós, as mulheres, precisamos de relaxar. Factos como celulite, estrias, rugas, gordurinhas, buços, pernas curtas, ancas largas, etc. , etc. são factos da vida. Nunca irão desaparecer. Podemos lutar com eles até um certo ponto, mas não até ao ponto onde nos dominem a vida e os pensamentos, não aproveitamos nada da vida se assim for. Temos de viver bem com a nossa pele, porque só temos este corpo, foi o que nos saiu na rifa da piscina genética dos nossos pais. E realmente, um homem que não esteja bem na nossa pele, que não seja nossa família no sentido de gostar de nós como somos não vale a pena, é demasiada manutenção. Precisamos de relaxar mais. E quanto às outras mulheres, temos igualmente de deixá-las andar. Sim, é verdade, podemos não ter umas pernas/ancas/caras perfeitas mas somos nós, com as nossas qualidades e os nossos defeitos, as nossas personalidades. Amar alguém perfeito é fácil, alguém imperfeito não. Se alguém tem o bom gosto extremo de gostar de nós mesmo com a legião e defeitos que temos, o melhor é mesmo não sabotar e aproveitar enquanto a cegueira dura...


2 comentários:

Anónimo disse...

Entre as mulheres, há definitivamente uma boa dose de corte e costura(nos homens também, eles é que não admitem). Mas conseguimos ser umas cobrinhas umas para as outras em relação ao aspecto físico, (não) estilo de roupa, and so on.
Uma frota

elisa disse...

Touché;)!