Na eventualidade encontrarmos um homem aceitável, sem defeitos demasiado visíveis, sabemos que a batalha ainda não está ganha. É que quando ficamos com uma pessoa vêm com ela uma data de pessoas, uma delas sendo a mamã deles.Se há alguma coisa que os meninos gostam e respeitam é a mamã deles. E têm razão para isso. Afinal, quem os alimentou e tomou conta eles, quem lhes lava a roupa e lhes faz comidinha até terem trinta? Elas. Amam os filhinhos até ao exagero e nunca ninguém será bom o suficiente para o seu príncipe. Aos olhos delas nós é que somos as sapas, e sem qualquer possibilidade de algum dia nos transformarmos em princesas.No fundo, tudo isso é uma questão de território. Nós as mulheres somos tão territoriais que fazemos parecer qualquer despique masculino um desentendimento entre duas freiras acerca do tipo de flores com que enfeitar o altar.Uma sogra média, ao ter uma nora não ganha uma filha, e sim uma guerra. E sejamos realistas, as sogras estão em vantagem. Conhecem bem o território, estão em vantagem numérica e muito melhor armadas que nós. Afinal, criaram-nos e têm a vantagem de terem filhos que acreditam cegamente que elas só querem o melhor para eles, sendo que o melhor nunca somos nós. Uma mulher com pouca auto-estima pode até ficar destroçada. Depois, do outro lado da barricada estamos nós. Alerta e prontas para ferrar quem tentar tirar o nosso homem. E as mães são outras mulheres dispostas a tirar os filhos das nossas garras, para o bem delas, claro. Todos sabemos que, nesta circunstância a luta não será bonita, ou justa. E invariavelmente nunca é.Qualquer sogra inteligente sabe que não ganha nada em atacar de frente. Depois de todo o choro e ranger de dentes, os filhos delas, por mais que amem as mamãs, voltam para casa com as mulheres ou namoradas, e por mais dilacerante que seja, dificilmente acabarão uma relação com quem gostam para fazer a vontade à mamã. Mesmo nunca passando da adolescência, até os homens têm limites para o grau de infantilidade a que descem. Restam então duas estratégias: a do desgaste ou a da sabotagem. A do desgaste já todas sofremos na carne, que a carne está seca ou insossa, que decoração é feia, que gerimos mal a casa, que filho está magro como um caniço (mesmo que tenha engordado como um texugo desde que está connosco), que não temos gosto and so on, and so on, and so on. A da sabotagem é para as sogras realmente inteligentes. Mesmo sendo as nossas melhores amigas e as criaturas mais doces do mundo, têm sempre uma ou outra palavra a dizer ao filho nas nossas costas, semeando a discórdia e a dúvida. É a técnica do bombardeamento cirúrgico dos ouvidos dos filhos. Muito antes dos americanos se lembrarem disso, já as sogras usavam está técnica há gerações e gerações. É arma perfeita, limpa, indolor. É genial.Contra as sogras pouco podemos fazer, afinal, tiveram o bom gosto de gerar as pessoas que amamos. Podemos lutar com elas com as mesmas armas, o que não é muito ético mas nos lava a alma, ou ignorá-las, o que requer considerável sentido de humor e espírito zen. Livrar-nos delas é que não. É uma das pequenas tragédias da vida.
quarta-feira, setembro 06, 2006
Os meninos da mamã e as mamãs dos meninos
Na eventualidade encontrarmos um homem aceitável, sem defeitos demasiado visíveis, sabemos que a batalha ainda não está ganha. É que quando ficamos com uma pessoa vêm com ela uma data de pessoas, uma delas sendo a mamã deles.Se há alguma coisa que os meninos gostam e respeitam é a mamã deles. E têm razão para isso. Afinal, quem os alimentou e tomou conta eles, quem lhes lava a roupa e lhes faz comidinha até terem trinta? Elas. Amam os filhinhos até ao exagero e nunca ninguém será bom o suficiente para o seu príncipe. Aos olhos delas nós é que somos as sapas, e sem qualquer possibilidade de algum dia nos transformarmos em princesas.No fundo, tudo isso é uma questão de território. Nós as mulheres somos tão territoriais que fazemos parecer qualquer despique masculino um desentendimento entre duas freiras acerca do tipo de flores com que enfeitar o altar.Uma sogra média, ao ter uma nora não ganha uma filha, e sim uma guerra. E sejamos realistas, as sogras estão em vantagem. Conhecem bem o território, estão em vantagem numérica e muito melhor armadas que nós. Afinal, criaram-nos e têm a vantagem de terem filhos que acreditam cegamente que elas só querem o melhor para eles, sendo que o melhor nunca somos nós. Uma mulher com pouca auto-estima pode até ficar destroçada. Depois, do outro lado da barricada estamos nós. Alerta e prontas para ferrar quem tentar tirar o nosso homem. E as mães são outras mulheres dispostas a tirar os filhos das nossas garras, para o bem delas, claro. Todos sabemos que, nesta circunstância a luta não será bonita, ou justa. E invariavelmente nunca é.Qualquer sogra inteligente sabe que não ganha nada em atacar de frente. Depois de todo o choro e ranger de dentes, os filhos delas, por mais que amem as mamãs, voltam para casa com as mulheres ou namoradas, e por mais dilacerante que seja, dificilmente acabarão uma relação com quem gostam para fazer a vontade à mamã. Mesmo nunca passando da adolescência, até os homens têm limites para o grau de infantilidade a que descem. Restam então duas estratégias: a do desgaste ou a da sabotagem. A do desgaste já todas sofremos na carne, que a carne está seca ou insossa, que decoração é feia, que gerimos mal a casa, que filho está magro como um caniço (mesmo que tenha engordado como um texugo desde que está connosco), que não temos gosto and so on, and so on, and so on. A da sabotagem é para as sogras realmente inteligentes. Mesmo sendo as nossas melhores amigas e as criaturas mais doces do mundo, têm sempre uma ou outra palavra a dizer ao filho nas nossas costas, semeando a discórdia e a dúvida. É a técnica do bombardeamento cirúrgico dos ouvidos dos filhos. Muito antes dos americanos se lembrarem disso, já as sogras usavam está técnica há gerações e gerações. É arma perfeita, limpa, indolor. É genial.Contra as sogras pouco podemos fazer, afinal, tiveram o bom gosto de gerar as pessoas que amamos. Podemos lutar com elas com as mesmas armas, o que não é muito ético mas nos lava a alma, ou ignorá-las, o que requer considerável sentido de humor e espírito zen. Livrar-nos delas é que não. É uma das pequenas tragédias da vida.
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9 comentários:
Evidentemente, querida Jane, e seremos sogras tão inteligentes quanto formos noras, lol...
Querida, desperte. Seria capaz de amar um homem que detesta a mãe?
Já tenho pensado várias vezes como serei eu como sogra...
Penso no caso do meu irmão e da minha mãe ou então a minha sogra. Acho que ainda gostariam de ter o filhote debaixo da "asa", apesar de que o primeiro tem quase 30 e o meu marido tem 36 (!). Não tenho a ideia de que a minha sogra ache que eu fui a pior coisa que aconteceu ao filho, mas ache que por vezes que eu sou "atada" como mãe. Certos comentários que ela faz ou reacções ou mesmo da minha cunhada levam-me a pensar que elas acham que só porque eu fui mãe há 11 meses não sei tratar do G. As sogras são também avós-galinhas, além de mães.
Uma fota
Esqueci-me de outra situação: a minha sogra também acha por vezes que certas coisas que a minha mãe faz não são bem assim. Passou uma fase de ciúmes em relação à MINHA MÃE e, desconfio, também da sogra da filha.
Qual é a mãe que tem ciumes da sogra do filho e da filha?! Fiquei :O, como deves imaginar.
Mais uma frota.
Caro Luís, não seja ingénuo, nem deturpe as minhas palavras. Não disse que quero um homem que deteste a mãe, mas sim que as sogras são, salvo raras excepções, umas hárpias. Adoram os filhos, mas são umas hárpias.
Querida Cris, obrigada por corroborar o meu ponto de vista. Nós sabemos os filmes de terror que algumas sogras são...
Uma frota para ti e para o resto da tua familia, sobretudo para o Gui.
Ora, prefiro deturpar as suas palavras a ser ingénuo. De qualquer forma, não sei se a sogra que você descreve se aplica à mamã. Ela é tão diferente das outras...
A nossa mãe é sempre diferente das outras: é a NOSSA. Mãe há só uma e a minha, apesar de ser também uma sogra, não a trocava pela minha sogra (que já me chamou filha). Eu nunca lhe chamarei mãe pela razão acima. Não detesto a minha sogra mas amo muito mais a minha mãe.
Cumprimentos
Compreendo as suas palavras, Luis, as nossas mães são sempre uns anjos. Tanto que você, tão crescidinho ainda lhe chama mamã. É uma ternura de ver...
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