M Night Shyamalan era daqueles realizadores que, depois de um primeiro filme brilhante, foi decrescendo a qualidade dos filmes até estes serem umas nodoazitas. E disse era porque finalmente o homem redimiu-se com este excelente Lady In The Water.O homem voltou a por os twists de novo na moda. Voltou a pôr o suspense e o sobrenatural na moda. Talvez por isso agora toda a gente esperar que ele se mantenha no estilo e por isso tenham criticado tanto esta história de fadas tão extraordinária. Mas o homem não é obrigado a cingir-se ao mesmo estilo sempre. Nenhum cineasta o fez, porque o faria ele?De modos que agora volta com uma extraordinária fábula composta com cuidados de miniaturista, em que tudo encaixa.Não é um filme para todos os gostos, concedo, tem de se estar simultaneamente a esquecer os protótipos e acreditar neles. A suspension of disbelief tem de funcionar para a história de fadas, encontrando extraordinário no ordinário e não funcionar no que diz respeito ao que os heróis devem ser. Para começo de conversa, e apesar do protagonista ser a personagem de Paul Giamatti (soberbo), todas as suas personagens têm qualquer coisa de muito único e muito essencial à história. Nesse ponto faz-me lembrar, por exemplo o Amelie ou o Long Dimanche de Fiançailles do Jean-Pierre Jeunet. Tudo nesta história funciona como um requintado quebra-cabeças em que tudo faz sentido finalmente, sem pontas soltas, o que é bom porque detesto pontas soltas, dão comigo em doida.De qualquer forma é bom ver filmes com gente normal, com todas as cores, tamanhos e idades. Filmes com deusas loiras e vinte e poucos e deuses gregos musculados cansam como tudo. Mil vezes um Paul Giamatti, que apetece por ao colinho e levar para casa, hum hum hum hum... E a Bryce Dallas Howard, aqui verdadeiramente luminosa (o The Village nem aquenta nem arrefenta), que deve ser, seguramente, a melhor contribuição do Ron Howard para o cinema (mas assim, de longe).A não perder num DVD perto de si, já que só por muita sorte se apanha no cinema.
quarta-feira, novembro 29, 2006
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