Actualmente, parece que está na moda não gostar nem celebrar o natal. Não há blogueiro com pretensão intelectual, celebridade de revista, entrevistado na rua que admita que o celebre, sem desgosto ou ironia. Eu, ao contrário da moda corrente, até gosto do natal. Não, a sério, sem ironias, gosto mesmo.
Sou uma rapariga conservadora. Ou melhor, conservadora de uma certa perspectiva. Tanto o feminismo como os ideais de esquerda que professo estão a modos que fora de moda. Mas sou ainda conservadora noutro aspecto: a família. Se acredito firmemente na liberdade pessoal, também acredito que ninguém se safa sozinho, precisamos sempre de outros. Podemos, se quisermos, isolar-nos emocionalmente dos outros, mas as coisas são infinitamente melhores se tivermos um círculo de pertença que nos acolha e nos ame, onde, independentemente das asneiras e erros que façamos na vida, pertencemos sempre.
A maneira como vejo o natal é sem esse véu de cinismo que agora parece estar na moda. É uma altura em que estou com aqueles que amo e que me amam, onde sou sempre benvinda e onde pertenço. Trazemos connosco, ao longo da vida, poucas coisas e poucas pessoas. Os contactos perdem-se os laços que julgávamos indestrutíveis diluem-se até ao nada. Só trazemos connosco aqueles que contam mesmo, só permanece o nosso círculo, presente no natal nos cheiros e sabores e sensações do natal. Não há dor de alma que não se cure na cozinha da minha mãe no dia 24 enquanto eu, ela e a minha irmã fazemos as coisas de natal. Está tudo onde deveria estar.
Eventualmente tudo passa, tudo acaba, a vida empurra-nos para a frente e nem esse círculo de família e amigos muito próximos dura para sempre. Os amigos formam os seus próprios círculos de família, a nossa família espalha-se pelo mundo, ou simplesmente parte para sempre onde não os podemos seguir. Eu tenho a sorte de poder estar ainda com eles, de poder aproveitar a companhia de quem gosta de mim. Não sujaria essa possibilidade com o cinismo de não gostar do natal, de o ver com ironia ou rabujice. E por isso gosto mesmo do natal. Sem ironias. E sugiro que aproveitem a quadra com este espírito também. Enquanto podem.
A maneira como vejo o natal é sem esse véu de cinismo que agora parece estar na moda. É uma altura em que estou com aqueles que amo e que me amam, onde sou sempre benvinda e onde pertenço. Trazemos connosco, ao longo da vida, poucas coisas e poucas pessoas. Os contactos perdem-se os laços que julgávamos indestrutíveis diluem-se até ao nada. Só trazemos connosco aqueles que contam mesmo, só permanece o nosso círculo, presente no natal nos cheiros e sabores e sensações do natal. Não há dor de alma que não se cure na cozinha da minha mãe no dia 24 enquanto eu, ela e a minha irmã fazemos as coisas de natal. Está tudo onde deveria estar.
Eventualmente tudo passa, tudo acaba, a vida empurra-nos para a frente e nem esse círculo de família e amigos muito próximos dura para sempre. Os amigos formam os seus próprios círculos de família, a nossa família espalha-se pelo mundo, ou simplesmente parte para sempre onde não os podemos seguir. Eu tenho a sorte de poder estar ainda com eles, de poder aproveitar a companhia de quem gosta de mim. Não sujaria essa possibilidade com o cinismo de não gostar do natal, de o ver com ironia ou rabujice. E por isso gosto mesmo do natal. Sem ironias. E sugiro que aproveitem a quadra com este espírito também. Enquanto podem.