quarta-feira, novembro 07, 2007

Sou uma cabra feminista, e agora?


No universo feminino, um dos sub-grupos mais famosos - e infames- é o sub-grupo cabras. Detestadas uniformemente por mulheres e homens, pois ambos os sexos lhes sofrem os desmandos, as cabras distinguem-se pela sua natureza abrasiva e caprichosa. Uma cabra é uma daquelas mulheres centradas nos seus próprios objectivos, pisando quantos desgraçados ou desgraçadas tiverem o azar de se encontrarem no seu caminho. As cabras tratam os homens como coisas acéfalas a manipular a seu bel-prazer, todas as mulheres como potenciais rivais a abater o mais depressa e eficazmente possível. Porque muitas das cabras são também giras, são frequentemente cruéis com aquelas de nós menos dotadas e demolidoras com homens tímidos, feiotes ou a atirar para o cromo. São, também, interesseiras e mercenárias porque sabem que merecem o melhor, e certificam-se por todos os meios, éticos ou não, que é o melhor que conseguem.
Depois, temos as feministas. Inevitavelmente cínicas em relação à condição humana, são muitas vezes ásperas e irónicas até ao cortante. Têm os seus momentos de crueldade para com os homens medindo-os todos pela mesma medida, também inevitavelmente baixa. Tanto quanto conseguem ver, os homens são criaturas fúteis, cruéis e inconsequentes que preferem mulheres parvas e submissas a mulheres complexas e com opiniões. E a opinião destas das suas colegas de género não é melhor: criaturas fúteis e superficiais que se deixam espartilhar pelas ideias de eterna elegância, fragilidade e juventude que a sociedade espera das mulheres, que se perdem em lutas indignas pelos homens e não conseguem dar um passo sozinhas sem um homem para as orientar.
Depois, em condições especiais, encontramos um género híbrido,uma espécie de tempestade perfeita,com características destes dois supostamente antagónicos sub-grupos: a cabra feminista. As cabras feministas reúnem o melhor (e pontualmente, o pior) dos dois sub-grupos. Eu explico. Considerem, por exemplo, a opinião destas em relação aos homens: enquanto as cabras tratam mal os homens porque podem e eles deixam, e as feministas os tratam mal por uma questão de principio ideológico, as cabras feministas analisam caso a caso o género masculino, sendo abrasivas e cortantes com aqueles que claramente o mereçam (que acaba por ser a maioria,mas isso são contas de outro rosário). As cabras raramente têm amigas, e se têm são génios do mal como elas, ou mulheres com fraca auto-estima que lhes servem de capacho ou elemento de realce, como a salsa no bacalhau à brás. As feministas têm igualmente problemas em relacionar-se, a não ser que se trate das suas correligionárias. Já as cabras feministas, mais polivalentes, conseguem relacionar-se com os dois sub-grupos e ainda outros, porque não têm agenda, pessoal ou ideológica a seguir, disfrutando simplesmente do facto de serem mulheres e terem amigas para todas as ocasiões, desde a má lingua contra os homens às compras fúteis, consumistas e femininas. É certo que, na opinião dos homens, estamos todas no mesmo saco (como fazemos com eles), mas pelo menos para nós estas distinções até fazem diferença. Eu, por exemplo, aborreço-me de ser considerada uma cabra per se, ou mesmo uma feminista pura, mas não me incomodo nada de ser uma cabra feminista.
Há diferenças significativas entre estes três grupos, mas, se estiverem com dúvidas podem fazer um pequeno teste rápido. Limitem-se apenas a responder verdadeiro ou falso às seguintes afirmações:
1- Os homens têm a sua personalidade, ego e auto-estima suspensas na parte inferior do seu torso.
2- As mulheres devem ser, dentro do possível, solidárias.
3- A sociedade exagera nos padrões de beleza, que são irrealistas, mas sabe bem sentir-se bonita.
4- Sei o que quero da vida e não preciso de orientação masculina, ou feminina, já que falamos nisso.
5- Valho pelos meus defeitos e virtudes, não pelo meu tamanho de copa , número de roupa, status social ou tom de pele.
6- Não sou, nem superior, nem inferior aos homens, sou igual em direitos, deveres e dignidade.
Se responderam vedadeiro a quatro ou mais destas afirmações, há grande possibilidade de serem cabras feministas, ou pelo menos ir aos treinos para.
Claro que isto de ser cabra feminista em que se lhe diga, logo o título deste post: e agora?
A primeira ideia a reterem é simples: há coisas piores que ser cabra feminista. Antes uma cabra feminista cínica e abrasiva que uma vítima eterna das safadezas masculinas, que um capacho de porta submisso ou uma doidivanas fútil e galinácea.
Depois, resignem-se. Podem ter nascido já cabras feministas, podem sê-lo por opção pessoal, por educação e meio em que estão, por circunstâncias da vida, mas uma vez que caem as vendas e vêm a vida desta perspectiva, só muito dificilmente mudarão de ponto de vista. Uma vez cabra feminista, cabra feminista para sempre.
Por útimo, divirtam-se. Aproveitem o facto de serem mulheres esclarecidas e racionais o suficiente para serem feministas, femininas e vaidosas o suficiente para serem cabras. E não levem a sério termos e categorias: a vida é demasiado curta para debater a sério, sem ser para se divertir, nomenclaturas e categorias do género humano.

5 comentários:

elisa disse...

E se tiver respondido sim a todas?
Cabra feminista? Eu não. Sou um doce de pessoa com um leve problema de intolerância a quem ainda questiona se as mulheres terão alma...só isso.
Beijos solidários;)

linfoma_a-escrota disse...

ai eu sou, onde assino??? o problema que não entra (ou não) é ter pila... e vcs pa mim não são tdas iguais, andas cus gaijus errados, tb n nus substimes si faz favouri ...




www.canalfodasse.blogspot.com

Passionária disse...

subestimar gaijus é o meu desporto favorito, não se nota?

Patricia Almeida Alves disse...

oh amiga, quem o teu novo " amigo"... "On se passe de la cabéce" com aquele palavreado que não engana ninguém...
Feminista, eu? Tem dias... e noites também... Mas prefiro ser simplesmente: FEMININA!
Beijocas grandes à moda da capital

Anónimo disse...

lol penelope, uma coisa não exclui a outra, tu sabes...

passionaria