segunda-feira, julho 28, 2008

O texto que se escreve a si mesmo


A história é tão boa que não resisto a contar. E não, não são apenas delírios de tia babada, apreciem a sabedoria da nova geração da minha família.
Vejo a minha sobrinha uma vez por mês, mais ou menos, pois vivemos longe. Há dois meses atrás, a miúda, que ainda não tem quatro anos, tinha uma novidade: um namorado chamado Xavier. Apesar de ser um bocado deprimente ter uma sobrinha com uma vida social mais activa que a tia, perguntei, devidamente, pelo Xavier na visita seguinte. Resposta da criança: agora o namorado não era o Xavier, mas o Hugo. Mais uma vez perguntei porquê. A S., já com um ar de sofrimento de ter de explicar tudo à tia um bocado densa explicou claramente:
-Sabes tia, às vezes o Xavier magoava-me e o Hugo é meiguinho.
Achei a explicação eminentemente sábia e mais não disse.
Desta vez, tia preocupada, perguntei de novo pelo "sobrinho" Hugo. A miúda olhou para mim com o ar mais surpreso do mundo:
- Oh, tia, já não namoro com o Hugo. Vou para a outra escolinha e lá há muitos meninos novos para namorar!
Ora toma. Se ao menos nós adultas tivéssemos o bom senso e sentido prático da miúda! Reflictam, como eu o fiz, que este texto de conselhos é dos que se escreve a si mesmo.

2 comentários:

Anónimo disse...

E ainda bem que a geração que vem sabe melhor do que a nossa!
Abraço.

Unknown disse...

A nossa geração é que perdeu tempo com essas coisas.
uma frota