Se é verdade que aquilo que somos trasparece de tudo o que temos e fazemos, então será admissível até para o psiquiatra mais hardcore que as séries de TV reflectem muito a nossa personalidade amorosa e as nossas preferências em homens.
Antes de começarem já a duvidar de teorias psicológicas que me ocorrem a ver o catálogo da FNAC e, assim, negarem à partida uma ciência que desconhecem, deixem-me dizer-lhes duas palavras: Knight Rider. Que atire a primeira gargalhadinha cínica aquela que, em pré-adolescente, não o achava o máximo. As séries de TV são importantes documentos antropológicos porque retratam os gostos, sonhos, medos e aspirações de uma época e de uma sociedade. Quando eramos pequenas achávamos imensa piada aos Três Dukes, ao Buck Rogers no século XXV ou ao MacGyver, enquanto agora temos gostos mais sofisticados e sabemos que as séries podem ser melhores, o mesmo acontece com os homens. A piada que eu achava ao R.P, o meu colega de escola que tinha o corte do MacGyver e umas sapatilhas até ao meio da canela desapareceu da mesma maneira que o meu encanto pelo Modelo e Detective, sendo substituida pelo interesse no CSI, House ou Ossos e uma fraqueza por homens cerebrais e emocionalmente indisponíveis. Viram como não era uma teoria descabida?
Alguns homens passam pela nossa vida como episódios-piloto, que é só uma vez porque não conseguem convencer e outros permanecem porque não nos conseguimos esquecer deles e ficamos agarradas (um Lost, um Prision Break, um 24). Outros são-nos simplesmente irrelevantes, como as novelas. Alguns são chatos e intermináveis e dão nos nervos, como o Friends ou os X- Files, outros mal podemos esperar por mais um bocadinho e ficamos inconsoláveis quando acabam, como o Roswell. Outros são míticos e ficam sempre como uma boa memória, como o Verão Azul, ou o Ana dos cabelos ruivos, uma memória terna e doce de primeiro amor, mas que no pesente já não se adequa.
O segredo para lidar com os homens é pois, se são tão parecidos com as séries de TV, tratá-los como tal: ter em mente que, volta e meia desapontam e que isso é normal,que muitas vezes acabam abruptamente,e que, se começam a chatear mesmo muito, o segredo é desligar e ocupar-nos com outra coisa qualquer. Afinal demasiada TV faz um mal terrível...
9 comentários:
Apesar de achar que não te fiz chegar a minha mensagem devidamente no meu post anterior, desde que te conheci através deste blog que me identifico muito (mesmo!) com aquilo que aqui escreves. Esta analogia entre os homens e as séries da televisão esta mesmo o máximo! Tambem vias a Ana dos Cabelos Ruivos :) que saudades daquele romamtismo todo á volta do Papa das Pernas Altas e aquele último episódio? Inesquécivel! Usando a tua analogia penso que quando encontramos a nossa cara metade e encontramos o Amor (nas suas mais diversas formas) é como ligar a televisao e estar a começar a nossa série favorita (seja ela qual for)! Porque o Amor não tem sempre a mesma forma, a mesma intensidade, mesmo quando é encarnado pela mesma pessoa. Fica bem.
Nem me fales do último episódio! é até hoje um dos traumas da minha vida, a minha mãe decidiu nesse preciso dia que tinhamos de sair e mesmo depois de birra e trombas, tive de sair... enfim, uma injustiça...
Ler este teu post e recordar todas as séries que viamos,ai ai ai!...
Os gostos relativamente mudam de facto e já suspirei por um Macgiver ou por um Michael Knight. Agora que já somos Adultas, isto é mais CSI(com todas as variantes), House, Ossos (que coincidência, ;)), etc . Lost, não tenho paciência.
Claro que a nivel musical isto já é um pouco mais complicado. Um Axl Rose, Eddie Vedder, Slash, na época em que nos conhecemos, assim muito cabeludos, daqueles que se apresentássemos às nossas mães, elas deserdavam-nos na hora. Ontem , ao ver na VH1, o videoclip do "Paradise city" (ring a bell?!) de 1988, pensei "já passou tanto tempo?!". Vi um Axl cheio de energia, magro...O mais estranho foi ver o teu sobrinho embasbacado a olhar para eles.
Uma frota de costume
Já cá está o Eddie Vedder nos eye candy, tenho de pôr cá o Axl. Ai o que eu suspirava por um Axl de kilt, ou de boxers brancos e uma camisa de flanela largueirona... E desde já, parabéns por teres produzido um rebento tão judicioso em termos de música. A continuar assim o rapaz vai longe, digo eu, e olha que não estou a ser tia babada, lol. A frota já vai a caminho:
I.
Estive a ler o teu texto e depois, os comentários que foram deixados e acho que a Cris está de posse de elementos para desenvolver a tua teoria... deixa-me explicar: talvez haja amores que são séries de televisão- todos eles ficam melhores no passado, sem serem repostos para cobrir faltas na grelha de programação e amores que são música-aqueles que mesmo cabeludos e estranhos e extemporâneos são bem vindos quando fazem uma aparição- a estes chamos Amigos- mesmo que tenham uma nova aparência, ainda os vemos como eram no dia em que os conhecemos...
Sempre tua
Su
por acaso tinha pensado num artigo a complementar este, sobre as músicas da nossa vida. Mais uma vez, querida Su, estamos em sintonia. Se arranjar tempo, ponho cá ainda esta semana. Beijinhos para ti e para a minha sobrinha, ainda estou à espera da versão definitiva do nome para a chamar.
Sempre:
I.
Pois, amor, eu também estou à espera de uma inspiração divina para lhe dar um nome definitivo... não quero que a pobre criatura se envergonhe do nome que lhe dei... Aliás, se este é um serviço público, bem que podias dar uma mãozinha...
Tua
Su
Tu sabes que gosto de Sara, mas It's aready taken, Maria, Marta ou Laura. Lily parece-me bem, Emily menos... Podes tentar Ana... Mas é demasiado curtinho talvez, ou Marta... Gosto de Clara, também. Por favor nada de Marianas, Beatrizes ou Inês, há tantas que é um enjoo. Isabel também não é feio, mas é demasiado longo para o meu gosto.
Adorei esse post, e o publiquei em meu blog (com as devidas referências). Espero que não se importe...
http://spo-goiania.blogspot.com/2007/08/olha-o-que-encontrei-em-outro-blog.html
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