sábado, julho 29, 2006

A mulher perfeita

A moda mais recente nos países "civilizados" é a das agências matrimoniais. Mas não agências matrimoniais comuns, estamos a falar de agências estrangeiras, de onde os homens podem escolher mulheres de sítios exóticos como a Rússia, a Tailândia ou o Brasil. O ponto em comum entre elas? São todas jovens, bonitas, elegantes. Num documentário que vi um dos homens diziam que as mulheres ocidentais eram demasiado difíceis e complicadas para eles, que preferiam alguém mais, digamos, simples (e preferencialmente com olhos azuis, busto 42 e pernas intermináveis).
O século XX foi, na perspectiva masculina, nefasto para a felicidade conjugal. Quando antigamente tinham em casa mulheres que limpavam, cozinhavam, criavam os filhos e os recebiam com um martini e um sorriso quando chegavam a casa agora têm uma mulher exigente que quer saber coisas absurdas como : por onde andaste, onde vais gastar esse dinheiro, amas-me, por acaso não andas a ter um caso? Um homem não tem sossego. E pior que isso, não está seguro. As gajas agora como trabalham e ganham o seu próprio dinheiro só têm de pegar nas suas tralhinhas e ir para onde quiserem, não há direito.
Se há alguma coisa que os homens gostam, é o sentimento de superioridade. Nada há que os faça sentir melhor que uns olhinhos de adoração a fitá-los e a exclamar: ah, como és forte/inteligente/grande/corajoso/bem dotado! A sério, gostam mesmo da gratidão nos olhos das mulheres e esperam sempre ouvir coisas no género do sem ti estaria perdida, não sei viver sem ti. Alguma coisa no cérebro deles congelou na época em que caçavam bisontes que os faz desejar ardentemente constantes elogios à sua força e virilidade e constantes agradecimentos pelo fornecimento das proteinas . Até se safaram bem ao longo da história da humanidade.
A sociedade ao longo da história esteve bastante bem para eles, pois que a organizaram. Que melhor maneira de garantir os ditos olhos gratos que não dar alternativas? Uma mulher que, sem um homem, não tem modo de ganhar a vida a não ser vender o corpo certamente vai-se mostrar convenientemente grata. Uma mulher que não aprenda a ler, escrever e contar vai sempre achar que o marido é inteligente. Uma mulher que dependa do marido financeira e socialmente nunca questionará os seus motivos. E porque são eles que escolhem, podem escolher o modelo melhor e mais giro.
A chatice começou no século XX onde as mulheres têm praticamente a mesma liberdade que os homens. Aí é que está o ponto, porque as mulheres passam a querer ser tratadas como iguais. E não estão dispostas a aceitar submeter-se a alguém que considerem inepto, ou a ouvir e calar, como antigamente.
O que as agências matrimoniais russas nos mostram é que o movimento feminista falhou. Claramente, sem rodeios, ficamos a saber que os homens preferem pagar a uma mulher que finja adoração ou gratidão a enfrentar um mundo onde têm de ceder e tratar a companheira como igual. Falhou redondamente. Antes uma bela russa, malaia, brasileira, que não fale a língua e nos siga para todo o lado cegamente do que responder a perguntas difíceis, viver com a chatice de ter de ser mais que o chefe inquestionado. Os homens nunca procuraram mulheres que os questionassem, nunca pretenderam ter "companheiras". Se o pretendessem, historicamente tinham-no feito. Toda a liberdade que cederam às mulheres foi-lhes arrancada à força. Mas se puderem escolher, aí não há dúvida. Antes uma criaturazinha não muito inteligente mas boa como o milho para propagar os genes, sejam eles de um homem feio ou bonito, porque os homens não se querem bonitos. A sério, é triste ver como o movimento feminista falhou redondamente.

1 comentário:

Unknown disse...

Também viste?
Pensei o mesmo que tu: malditas gajas que sabem pensar eemitem a sua opinião!!! ;)
Como se atrevem a fazer tamanha afronta a nós, machos latinos ou não (como era o caso). Gajas louras com busto 42, burras que nem uns calhaus, estas sim!...
Fiquei espantada que homens novos britânicos tivessem essa mentalidade: nãose entendem com as britânicas porque as senhoras "sabem o que querem" . Se calhar as russas também, eles não conseguem entendê-las e elas precisam tanto de sair do seu pais que querem lá saber dessas "modernices" que as mulheres ocidentais inventaram.
A frota do costume,
C..