
Maneira número 1- O tratamento do silêncio. É natural os homens falarem menos que nós, os pobrezinhos não só usam só um lóbulo do cérebro, como ainda por cima têm uma área de linguagem mais pequena que a nossa no cérebro. O problema é logo físico, não lhes podemos levar a mal. Mas claro que tudo tem os seus limites. O tratamento do silêncio consiste em falar o menos possível, e quando se fala, é apenas com monossílabos. Não vos enlouquece responderem-vos constantemente com Hum, Ah, e Pois? Como se estivessem só a fazer ruídos de assentimento e não realmente a ouvir? Não as faz querer ir buscar o rolo da massa quando lhes dizem um " mas o que é que queres que diga?" É disso que estou a falar. Claro que se um homem não fala connosco, começamos logo a fazer filmes tipo, talvez esteja farto de mim, talvez já não me ame etc. etc. Acreditem, leva uma mulher aos abismos desesperados da loucura... A solução é simples: se um homem não fala convosco, deixem de falar com ele. De todo. Façam todas as comunicações com ele por e-mail ou SMS, mesmo quando estão em casa os dois, ou melhor, SOBRETUDO quando estão os dois na mesma divisão. Nada melhor que um SMS a dizer: Amor da minha vida, põe a TV mais baixo para o fazer ver os erros do seu comportamento.
Maneira número 2- a crítica: Diferente do modelo de homem que não fala nem que a sala em que está esteja em chamas, temos o género de homem que não se cala. O homem que, cada vez que abre a boca, sai asneira, ou melhor, crítica. Este é o tipo de homem para o qual está sempre tudo mal, desde o ponto do pudim à cor do verniz das unhas. Nunca nada do que temos/somos/fazemos está bem o suficiente. Quase sempre menino da mamã, este tipo de homem leva as mulheres a fazer de duas uma: ou esforçar-se ao máximo para lhe agradar até se apagar completamente, ou a comprar uma faca de cozinha bem grande e ter ideias assassinas. Se por acaso tiverem um homem destes, têm de fazer a vocês próprias perguntas incómodas: será que o meu homem é secretamente gay e odeia as mulheres, descarregando nelas a sua frustração? Será que o meu homem é um menino da mamã que não consegue cortar de modo nenhum o cordão umbilical? Será que o meu homem é um retentivo anal sádico que quer a dispensa arranjada de forma alfabética e os chinelos quando chega a casa como se vivesse nos anos 50? Se a resposta for sim a qualquer destas três perguntas, meninas, estão num sarilho. Ou partem para o ataque em vez de se porem á defesa, respondendo com críticas à letra, ou o mandam plantar batatas . E se bem que a primeira solução é infinitamente mais divertida, a segunda ganha pela paz de espírito que traz, believe me.
Maneira número 3- mensagens confusas: Um homem que transmita mensagens confusas é um inferno. Estes são aqueles que, pela linguagem verbal e não-verbal nos fazem desesperar para descodificar o que querem. Tipo: aproxima-te/afasta-te. Amo-te/não te amo. Fala comigo/cala-te. Vocês que, por esse mundo sofrem com homens destes, juntem-se ao clube. Esta mania de nos puxarem e repelirem leva-nos à loucura total, porque nem sequer podemos ficar furiosas: afinal entra o nosso instinto maternal e temos pena dos próprios coitados (e, por conseguinte, ódio por nós que confundimos os pobrezinhos). Isto não tem grandes alternativas: ou cortam de raiz e mandam os indecisos plantar batatas, ou então esperam que se decidam. Um sofá bem confortável, um divã, mesmo, recomenda-se vivamente, já que pode demorar um bocado.
Maneira número 4- ciúmes. Os ciúmes é o pior. Como não sou ciumenta, o onde quando com quem e porquê pidescos não têm piadinha nenhuma. Se bem que um bocadinho de ciúmes é giro, muitos é psicopata. Pensem cinco vezes se querem mesmo um homem destes. Se sim, aguentem e não se queixem.
Maneira número 5- a desarrumação. Não sou fanática da arrumação. No geral costumo achar que a mente é uma coisa desperdiçada em trabalhos de casa. Claro que traço a linha definitiva da tolerância de quando uma casa deixa de ter um ar vivido e bem usado e passa a ser um foco de infecção e/ou peste bubónica. Os homens que escolhem encontrar sítios novos e criativos para a roupa interior suja, como a gaveta dos talheres levam uma mulher média facilmente à loucura e não é preciso grande esforço de imaginação para perceber porquê.
Maneira número 6- retenção anal. Um homem picuinhas, retentivo anal com todos os pormenores é a minha definição de inferno pessoal. Um homem que me dá lições sobre a maneira correcta de fazer a dobra do lençol, que planeia até ao último cêntimo uma saída ou que coordena por cores a sua roupa no armário não só me deixa numa vergonha, como me leva ao desespero da loucura. E pelo que já ouvi dizer às minhas amigas e conhecidas, não estou sozinha nisso.
Maneira número 7- A avareza. A não ser que vocês próprias sejam avarentas, um casal onde ELE seja avarento, é um inferno. E, por uma feliz coincidência, um homem avarento é frequentemente controlador e crítico, oh joy. Já viram o que é gerir um orçamento familiar com um picuinhas avarento? Oh inferno. Claro que a avareza tem um bom remédio. Contou-me uma amiga minha que o marido se queixava frequentemente dos gastos astronómicos de supermercado que faziam todos os meses. Ela ouviu e calou, foi deixando acabar tudo na despensa. Quando só já restava no frigorífico o proverbial queijo bolorento e o frasco de mostarda, deu a lista de compras ao marido e mandou-o ao supermercado. Ele nunca mais se queixou, foi remédio santo...
Maneira mais comum : Serem eles mesmos. Não há solução, lamento, às vezes basta-lhes existir. Azar. Deles, e nosso.
E pronto, chegámos ao fim desta pequena prédica. Tenham em mente que os homens todos, sejam eles de que cor, idade ou feitio sejam as usam uma vez por outra. Mantenham a calma, e tenham em mente que, se tudo o mais falhar, têm sempre a bomba atómica nas vossas mãos. Não há homem nenhum, mas nenhum que persista na sua teimosia com a oferta, directa ou velada de favores sexuais mais ou menos ortodoxos, conforme os gostos. É que lhes nasce logo uma alma nova. E a nós também, diga-se...
3 comentários:
Oi,
Encontrei o seu blog navegando na rede. Adorei vários de seus textos e sua irreverência!
Eu estou no Brasil, no Rio de Janeiro. Pela forma como escreve, acredito que seja de Portugal. Se estou completamente enganada, por favor, corrija-me!
Beijos e até breve!
Nina
Sim, estou neste amável país à beira-mar plantada, como as couves. Obrigada pelo elogio e pela visita, espero que volte sempre. :)
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