quarta-feira, novembro 29, 2006

Sala de Cinema

M Night Shyamalan era daqueles realizadores que, depois de um primeiro filme brilhante, foi decrescendo a qualidade dos filmes até estes serem umas nodoazitas. E disse era porque finalmente o homem redimiu-se com este excelente Lady In The Water.O homem voltou a por os twists de novo na moda. Voltou a pôr o suspense e o sobrenatural na moda. Talvez por isso agora toda a gente esperar que ele se mantenha no estilo e por isso tenham criticado tanto esta história de fadas tão extraordinária. Mas o homem não é obrigado a cingir-se ao mesmo estilo sempre. Nenhum cineasta o fez, porque o faria ele?De modos que agora volta com uma extraordinária fábula composta com cuidados de miniaturista, em que tudo encaixa.Não é um filme para todos os gostos, concedo, tem de se estar simultaneamente a esquecer os protótipos e acreditar neles. A suspension of disbelief tem de funcionar para a história de fadas, encontrando extraordinário no ordinário e não funcionar no que diz respeito ao que os heróis devem ser. Para começo de conversa, e apesar do protagonista ser a personagem de Paul Giamatti (soberbo), todas as suas personagens têm qualquer coisa de muito único e muito essencial à história. Nesse ponto faz-me lembrar, por exemplo o Amelie ou o Long Dimanche de Fiançailles do Jean-Pierre Jeunet. Tudo nesta história funciona como um requintado quebra-cabeças em que tudo faz sentido finalmente, sem pontas soltas, o que é bom porque detesto pontas soltas, dão comigo em doida.De qualquer forma é bom ver filmes com gente normal, com todas as cores, tamanhos e idades. Filmes com deusas loiras e vinte e poucos e deuses gregos musculados cansam como tudo. Mil vezes um Paul Giamatti, que apetece por ao colinho e levar para casa, hum hum hum hum... E a Bryce Dallas Howard, aqui verdadeiramente luminosa (o The Village nem aquenta nem arrefenta), que deve ser, seguramente, a melhor contribuição do Ron Howard para o cinema (mas assim, de longe).A não perder num DVD perto de si, já que só por muita sorte se apanha no cinema.

sábado, novembro 25, 2006

terça-feira, novembro 21, 2006

Conselho nº 10(e último)- Sejam vocês mesmos

Caros homens, dei-lhes uma série de úteis conselhos para a vida até agora: o fazerem o trabalho de casa para conhecerem bem a mulher com quem estão, o de se lembrarem das coisas, o de falarem com elas, o de serem românticos e colaborarem nas tarefas de casa, o de fazerem uso da diplomacia, de serem sempre honestos, de dosearem os ciúmes e serem originais, chegando agora ao último e igualmente importante: sejam vocês mesmos.Apesar de parecer que não, estes últimos conselhos não pretendem mudar a vossa essência, nada disso, apenas tornarem a convivência mais fácil com os outros seres humanos, sejam mulheres ou não. Todos os conselhos, tirando um ou outro mais específico podem ser, sem prejuízo, adaptados a todas as áreas da vossa vida. Por exemplo, fazerem um esforço para conhecer os outros com quem se dão é um excelente conselho. A não ser que queiram levar a vida com conversas de circunstância de bar em que se tem de falar mais alto que a música e dizer banalidades, conhecer os gostos, sonhos e aspirações, ou pelo menos as opiniões alheias dá muito jeito. Evita confusões e discussões desnecessárias, evita faux pas como o de oferecer bife e batas fritas a um vegetariano rigoroso que só come frutas e legumes verdes pois acha um crime comer coisas que têm olhos e boca e etc.Colaborar com os outros é-o igualmente, não se fazer pesado e fazer a sua parte. Ser diplomata no que dizemos para não magoar desnecessariamente, ou manter sempre o princípio da honestidade. São conselhos que os tornam melhores seres humanos. Ninguém lhes está a pedir para mudar de personalidade ou convicções, apesar destes conselhos exigirem uma série de adaptações no estilo de vida.Há um erro básico que os homens cometem muitas vezes no início das relações: mudam de personalidade e hábitos radicalmente: não o façam. Deixar de fazer da casa de banho um lago ou colocar a roupa suja onde devem não é mudar de personalidade, é ser civilizado. Deixar todos os hobbies e interesses pessoais e adoptar sem pestanejar os dela é. E sejam homens ou mulheres, ninguém merece que deixemos de ser nós mesmos para fazer a relação funcionar. A longo prazo não é viável. Se no início em que tudo corre bem abdicar dos vossos interesses não parece grande coisa, a longo prazo é. Vão ficar frustrados, incompletos e agitados. Daí a culparem a pessoa com quem estão por isso é um passo. A arranjar outra que compartilhe os vossos interesses é outro.Discutir e negociar é normal numa relação. Uma relação em que não se discute é porque um deles se está a anular. Não acreditem na treta das almas gémeas em que tudo concorda com tudo, não é verdade. Ainda não há gente de encomenda que encaixe perfeitamente e, sinceramente, se existisse, seria uma seca monumental. A crua verdade é que estar com o outro é como cada um puxar a corda para cada lado com equilíbrio de modo a nenhum dar com o rabo no chão. Na altura de cederem, ou de chatearem tanto que a obriguem a ceder pensem se o que querem mesmo é uma vida inteira em que uma das partes fique mesmo infeliz. E de qualquer forma, uma relação em que têm de mudar tudo para serem queridos não vale a pena, a sério.

sábado, novembro 18, 2006

Eye Candy Especial

Val Kilmer
Para a Jane Bond (não quero que te falte nada...é só pedir)

quarta-feira, novembro 15, 2006

terça-feira, novembro 14, 2006

Conselho nº 9- Sejam originais

Meus caros, se chegaram a esta altura da vida sem que lhes tenham dito isto nunca, deixem que lhes diga: qualquer homem que oferece a uma mulher um presente que dê para ligar a uma tomada está a pedir sarilhos. Quando se chega à altura de oferecer um presente, por exemplo, um dia dos namorados, um natal, um aniversário, há que reflectir. Dar uma coisa com pés e cabeça que agrade à moça. Há que ser original. Vejamos as opções do costume.


Flores
No geral, as flores querem dizer uma e duas coisas: ou que se meteram em sarilhos e estão a tentar compor as coisas, ou que só se lembraram e Santa Bárbara quando troveja, vulgo, da data no próprio dia e as floristas calham de estar abertas. Eu até gosto de flores, mas fico sempre com a ideia que, bem, podia ter sido outra coisa. A flor de opção para o homem médio é a rosa. A rosa é o equivalente em flores das t-shirts brancas: o clássico, fica bem com quase tudo, mas não faz nada para demonstrar originalidade e imaginação. Sobretudo se forem vermelhas, a dita cor da paixão, e uma só, o número dos forretas. Se fazem questão de oferecer flores, fujam do habitual. Há inúmeras espécies, todas diferentes. Há junquilhos e lírios e gerberas e açucenas e margaridas e narcisos e azáleas e etc. etc. Há a hipótese de um arranjo multicolorido. Ou, se quiserem oferecer uma coisa que dure, uma planta num vaso. Assim quando tiverem de regar a plantita lembram-se sempre de vocês.


Peluches
Aviso desde já que tenho preconceitos com peluches. Como tenho contra os casais que se vestem de igual e que se chamam de 'more ou de "fofinho(a)". Acho que é dar uma espécie de menoridade intelectual a quem ama. como se amar implicasse obrigatoriamente uma regressão à primeira infância. Mas prontos, são gostos. Se tiverem mesmo, se se virem irremediavelmente compelidos a oferecer um peluche, pensem no tamanho. Maior não é melhor, porque se ela insistir em o ter em cima da cama, menos espaço sobra para vocês, o mesmo se aplica a se já tiverem 778.


Electrodomésticos
Os electrodomésticos NÃO são presentes que se apresentem, nunca. São uma coisa para a casa. Se não lhes passaria pela cabeça oferecer-lhe um sofá novo para a sala ou as compras do mês, porque raio acham que um micro-ondas ou um ferro de passar serve? É como se ela tivesse só a dimensão de dona-de-casa e não e mulher. E acreditem, nenhuma mulher gosta de pensar em si mesma como a dona de casa. Se as coisas fizerem mesmo falta comprem depois, nunca no aniversário e nunca, mas nunca mesmo, no dia dos namorados.


Lingerie
Oferecer lingerie não tem malzinho nenhum, e tem o bónus adicional e sabermos o que vos custa comprá-la. Uma mulher não tem problema nenhum em comprar boxers, já um homem fica envergonhado e constrangido, tem sempre o terror secreto que achem que é para ele. Acreditem, entrem numa loja de lingerie com confiança, ninguém vai achar que são drag queens ou têm fetiches esquisitos. Os números de soutiens e cuecas ainda não vêm marcados com o mais ou menos como as suas,falado para a empregada, assim (fazendo o gesto redondo com as mãos) ou enchem mais ou menos a minha mão. Façam o trabalho de casa e leiam a etiqueta da lingerie que elas já têm, evita muitos enganos caros e, sobretudo, muitas vergonhas. Capacitem-se ainda que há mais cores que o preto, o vermelho ou o branco, e que o vermelho só muito raramente evita parecer rasca.


Perfumes e Chocolates
Se detestam o cheiro dela, não se arrisquem a escolher um perfume mais ao vosso gosto, levem-nas convosco e cheguem a um acordo, ou correm o risco de ela não o usar. O tamanho é geralmente inversamente proporcional à qualidade. Se é grande e barato não deve ser grande coisa. Os perfumes são caros, é um facto da vida. Escolham o perfume que ela usa sempre, é valor seguro e satisfação garantida. Chocolates sim, desde que não espanhóis e/ou acompanhados com bocas de como já está gorda que chegue.


Livros e CDs
Não partam do princípio que se é livro de gaja e está na moda, ela vai gostar de ler. Perguntem. E a CDs, se desprezam a música que ela ouve, colonizem-lhe o gosto com calma, mas não à bruta. Se ela ama Mariah Carrey não vai aceitar com prazer o melhor da Diamanda Galás ou dos Muse. Ofereçam uma coisa no meio-termo, pois vão ter e ouvir também o que lhe ofereceram. Convém que seja uma coisa que não os deixe passados da cabeça. Ou a ela.


Por último, as melhores prendas são as inesperadas, só porque sim, e as personalizadas, aquelas que vão directamente de encontro aos interesses delas. Um presente certeiro é igual a uma mulher grata, e, por conseguinte, a um namorado devidamente recompensado...

segunda-feira, novembro 13, 2006

Feministas Eméritas

Emily Dickinson

"Remember if you marry for beauty, you bind yourself all your life for that which perchance, will neither last nor please you one year: and when you have it, it will be to you of no price at all."

quinta-feira, novembro 09, 2006

Eye Candy

(não só é agradável à vista, como um dos meus actores preferidos, participando em nada mais que cinco do meu top twenty de filmes preferidos)

segunda-feira, novembro 06, 2006

Conselho nº 8- Doseiem os ciúmes

Pensem nos ciúmes, meus queridos, como um sabonete molhado no duche. Se apertamos demais foge-nos da mão, se apertarmos de menos também não conseguimos segurar. A questão está na parte mais difícil: o meio-termo.
Cada casal tem a dose diária de ciúmes recomendada, como as vitaminas. Não vão na treta new age da liberdade e do peace and love e mais não sei o quê. Quem ama, tem ciúmes. E tem ciúmes por uma coisa muito simples: sendo o nosso ser amado a coisa melhor do mundo depois da invenção da roda, é óbvio que nos querem ficar com ele. E logo nós, que mal acreditamos que fomos escolhidos por ele(a). Esta parte é natural, saudável e benéfica à relação. Eu própria não gosto que me deixem o coração ao deus-dará e não me peçam explicações, pois começo logo a pensar que não olhar sequer para um homem na rua ou rebolar no feno com toda a equipa de futebol de Vila Nova de Lado Nenhum vai dar ao mesmo. Uma pessoa sente-se positivamente abandonada... No entanto...
Um homem ciumento (ou uma mulher, que este post é unissexo) é insuportável. Conheço gente que, quando está cheia de ciúmes deixa as técnicas de interrogação da GESTAPO a milhas de distância. Onde estiveste? E com quem? Quanto tempo? É tudo medido, espiolhado, investigado até encontrar as provas evidentes da perfídia do ser amado. É o chamado amor tango, faca na liga, o amor canalha, que mata o amor como se lhe cravasse uma faca, ali mesmo, de morte matada e não de morte morrida.A questão nisto é encontrar a força devida no segurar do sabonete dos ciúmes. De que gosta a vossa mais que tudo? O que suporta? Conheço mulheres que não passa sem uma boa cena de ciúmes semanal, com choros e arrancar de cabelos e acusações mútuas para depois fazer as mais doces e apaixonadas pazes. São gostos. Há outras que detestam seja que dose de ciúmes for, ficando realmente furiosas com a insinuação de que possam ser infiéis, desembocando essas relações com o ciumento invariavelmente num belo par de patins. Assim, meus amigos, a moderação é a palavra de ordem.
Mas como, perguntam vocês, chegamos nós ao meio-termo? Isso, meus amigos, é uma excelente pergunta que mereceria uma excelente resposta, eu por mim, não sei. Posso é deixar-lhes umas dicas de bom senso, obtidas após anos de experiência no terreno:
- tenham confiança em vocês mesmos. Mesmo sendo ela a criatura que é e que tanto amam, escolheu-vos. Alguma coisa viu em vocês que a fez escolher-vos e não todos os milhares de homens desejosos de se apossar dela. Como amá-la não os fez perder qualidades, confiem que ela vai continuar fiel. Pensem em vocês como detergentes: se o que encontraram é eficaz e lava mais branco vão ser fiéis à marca, mesmo com o assédio agressivo das outras todas.
- Tenham confiança nelas. Vai ter de ser, meus amigos. Se a amam vão ter de confiar nela. É assim mesmo, uma pessoa capaz de trair não é lá muito boa pessoa. Se acham que ela é honrada e honesta, que é uma pessoa de bem, vão ter de confiar que o seja sempre, sobretudo com o vosso coração e com a relação que mantêm.
-Usem a cabeça. Muitas vezes os ciúmes são como as bruxas, não acreditamos nelas, mas que as há...há. Assim, usem a cabeça. Em vez de partir para o confronto directo, nomeadamente esmurrar a cara do atrevido que a quer roubar até se tornar uma papa informe e sangrenta, a forma inteligente e elegante de lhes cortar as vazas. Quando andava no oitavo ano, uma mocinha aproximou-se do meu namorado da altura com o pretexto que não percebia nada de inglês, para ele a ajudar. O golpe era velho e óbvio. Claro que em vez de a esmurrar ou lhe puxar os cabelos (sempre achei pouco edificante andar à pancada, sobretudo por causa de um homem) me ofereci, quando ele não estava, para a ajudar eu. Passei a guardar-lhe o lugar e a ser a melhor explicadora que há à face da terra, a rapariga esse período chegou ao quatro, e a certificar-me que não ficava sozinha com ele. Evitei o confronto e os possíveis danos e ainda ajudei, um três em um, portanto. Usar a cabeça resulta melhor que os punhos, acreditem.
-Não fervam em pouca água. Antes de acusar a desgraçada de seja o que for, certifiquem-se que têm motivos para a acusar. Não digo que façam de vocês parvos, mas tenham provas materiais, e não imaginárias, para fazer as acusações, ok?
-Controlem os ciúmes delas. Se vocês não lhes fazem a vida negra com ciúmes, não permitam que façam a vossa impossível. Isto aqui é uma coisa recíproca. Um equilíbrio. E vivam os ciúmes como o tango: três passos para a frente, dois para trás, meia volta e já está.

quinta-feira, novembro 02, 2006

Feministas Eméritas

Bette Davis

"The male ego with few exceptions is elephantine to start with. "

Eye Candy


William Bradley Pitt