terça-feira, maio 30, 2006

Holywood e o Sagrado Feminino

Que Holywood faça um filme sobre o sagrado feminino, óptimo. Que o faça a partir da mais pestilenta e nauseabunda porcaria comercial dos últimos anos, mau (apesar de já ser hábito). Que contrate para a tarefa o mais chato dos tarefeiros, responsável por coisas inenarráveis como o xaroposo e míope Beautiful Mind, Ed TV ou Far and Away, péssimo.
Quer dizer, não se pode dizer que eu fosse ao engano: tinha lido o livro e sabia com o que contava, mas quando nós achamos que já se está no fundo do buraco e se descobre que ainda se pode cair um bocado mais fica-se surpreendida. E chateada, claro.
Aviso desde já que o motivo porque não gosto do livro é puramente snob: irrita-me pensar que teve tanta popularidade este thriller de hóstias quando outros livros superiores escritos por autores incomparavelmente melhores que ele, como o Umberto Eco passam despercebidos. É como aquele aluno esperto que "saca" o trabalho todo da net e tem boa nota porque o professor não sabe nada de computadores. Senti-me ludibriada. Mas pronto, reconheço que apesar de tudo Dan Brown é um aluno mais ou menos aplicado e transmite de forma razoável as teorias sobre o sagrado feminino e o Santo Graal (que nem sequer é nova) e do papel de Madalena nisto tudo. Já o filme não é bem a mesma história.
Se uma vantagem o livro teve foi por o pessoal todo a ver (e apreciar) arte e a tentar interpretá-la. E tudo o que leve a massa consumista a pensar, reflectir, interpretar é bom. No filme tudo aparece diluído e açucarado, como uma papa nojenta açucarada com sacarina e feita passar por açúcar de verdade . Repugnante. As coisas estão tão más em Hollywood que até o mais polémico livro de há uns anos para cá fica equivalente a um iogurte magro sem colesterol e com vitaminas servido a alguém ávido por uma mousse de chocolate caseira. Mas isto também é compreensível, como iria uma indústria feita através de um olhar sexista em relação às mulheres desenvolver e educar as massas no sagrado feminino? Como iria arriscar em desenvolver a ideia numa terra de cristãos evangelistas fanáticos? Ah pois, polémica sim, mas os dólares primeiro... E se o filme rende! quase ultrapassa o nauseabundo recorde do ainda mais nauseabundo Titanic. Nunca lamentei tanto na minha vida os cinco euros e quarenta do bilhete. Se forem ver vão por vossa conta e risco.

domingo, maio 28, 2006

História de Fadas Para Meninas Más

Bela Adormecida
Caramba, disse o príncipe depois de a acordar, ressonas imenso!

terça-feira, maio 23, 2006

Os engraçadinhos

Toda a gente sabe que quando os homens não são giros por aí além, nem intensos por aí além, aquilo que lhes resta é a opção do humor, essa terceira via dos assuntos do coração. E o melhor é que resulta.
Um homem que nos faça rir dá sempre jeito, pois de coisas sérias é feita a vida e rir faz bem ao coração e a todos os restantes pordentros. Mas se há mas e mas também há rir e rir. Assim, para todos os que por aí estão a ponderar usar o riso como arma de sedução, uns breves conselhos.
Antes de mais, lembrem-se que humor masculino e humor feminino não são bem a mesma coisa, posto que as mulheres têm uma certa dificuldade a achar piada a tudo o que diga respeito a funções corporais. Isto inclui flatulências, arrotos e todas as restantes funções escatológicas. Também dificilmente acharão piada às fotos engraçadas da net daquelas gajas muito feias. Solidariedade feminina só é mito até certo ponto.
Depois, adaptem a piada ao público alvo. Se a moça for a proverbial "pitinha", é legitimo fazer piadas acerca da boca do Zé dos Morangos com Açucar. Piadas subtis sobre a conjuntura económica terão grandes possibilidades de lhe passar ao lado. Se a moça for um bocado tia não apreciará piadas sobre as mesmas e por aí adiante.
Terceiro: certifiquem-se que não usam o humor físico sem um certo grau de confiança. calduços, carolos e cotoveladas são melhor reservados para os colegas de bola de sábado à tarde que para a companheira de saída de sábado à noite...
Uma vez que sigam estas regras básicas, estão lançados, pois como mostra a foto anexa, três dos gatos fedorentos ali acima têm fraca figura e não é por isso que deixam de ser sex symbols. Podem é encontrar mulheres sem sentido de humor, ou com o humor muito diferente do vosso. Aí, meus amigos, partam para outra estratégia porque há coisas que não valem a pena...

Os céus nos defendam de um homem inteligente

Antes de começar a ferir susceptibilidades antes de tempo, deixem-me só dizer que não estou a tecer nenhum comentário sobre a inteligência do sexo masculino no geral (isto aqui é um blogue sério e nunca recorreria a uma piada fácil como essa). Inteligência intelectual é uma coisa, mas vou falar apenas de inteligência emocional.
Toda a gente sabe que não importa a idade que se tenha, quando nos apaixonamos retrocedemos automaticamente à adolescência e perdemos toda a inteligência e experiência. Não importa quantas vezes já nos apaixonámos antes, tudo se dilui em frases incoerentes e actos inanes, indignos de putos de quatro anos, frases sem seguimento lógico possível e, no geral, uma enorme figura de parvos. A paixão, como raio que é, cai-nos em cima inesperadamente e fulmina-nos o bom senso e uma alarmante quantidade de neurónios. E este é o cenário normal.
O problema com os homens inteligentes começa quando, no meio da paixão mais cega ele consegue manter os olhos abertos. OOPS.
A maioria dos homens são bastante fáceis de perceber, emocionalmente falando. Percebemos o que querem e como e quando. Percebemos as suas ambições (uma cerveja, futebol, sair com os amigos, uma gaja muita boa para fazer inveja aos amigos...) e aceitamo-las até com uma certa ternura, porque a tradição ainda é o que era. Quando o homem comum se apaixona fica tão inepto como qualquer mulher, oferece flores desastradamente, veste camisas passadas, tenta dar um ar sofisticado e vivido à casa, vai com a namorada jantar a sítios com toalhas de verdade. E isso não é assustador.
Aquilo que é assustador é o arquivilão do sentimento, é um homem ao mesmo tempo frio e determinado, que consegue usar as emoções a seu bel prazer. Um homem inteligente é aquele que sabe exactamente o que dizer, embebedando as mulheres com as suas palavras (consigo ver os nossos futuros bebés a brilhar nos teus olhos) por contraste com os normaizinhos que vão dizendo o que podem, às vezes com consequências desastrosas (fica-te muito bem essa roupa, não que as outras te fiquem mal mas esta faz-te mais magra porque aquela azul que usas cai-te um bocado mal e faz-te barriga... e aí para de falar e de cavar o buraco em que se meteu). Um homem inteligente é aquele que efectivamente sabe manipular as mulheres a entregarem-se com o grau mínimo de entrega da parte dele, o que sabe muito bem que dali a uns meses estará com a proxima vítima emquanto diz à vítima actual que sim senhora a vai amar até à aternidade e lhe oferece duas dúzias de rosas vermelho paixão de pé longuíssimo e orquídeas numa caixa forrada a seda branca. Porque outra coisa que um homem inteligente tem é estilo.
As mulheres estão mais ou menos habituadas à lábia habitual dos homens conseguindo, no geral, passar-lhe ao lado. Com um homem inteligente isso é impossível, porque é tão convincente que parece mesmo real, imita o amor abominavelmente bem, caindo perfeitamente qualquer mulher inteligente na esparrela.
Um excelente exemplo de homem inteligente neste sentido seria o D. Juan, santinho padroeiro de todo o engatatão entediado que vai fazendo marcas no cinto por cada vítima que lhe cai nas mãos. Mas ao contrário dos engatatões de esquina, para quem conta a quantidade e não a qualidade, o nosso homem inteligente é daqueles que querem quantidade e qualidade. Não querem exactamente sexo, mas sim entrega emocional, e só isso servirá. Quando o conseguem, como as pragas de gafanhotos, partem para novos campos.
Se não fosse tão aborrecido e doloroso o encontro com um homem inteligente, era até fácil ter pena deles. Afinal trata-se de criaturas estéreis, incapazes de amar de verdade, incapazer de parar a sua busca incessante de novas mulheres, incapazes de amar e fazer as figuras tristes que graças aos céus todos fazemos quando nos apaixonamos... Mas como fazem tanto mal ninguém lhes consegue perdoar a falha de carácter, muito menos as mulheres por quem eles passaram, e descartaram. Os céus nos defendam de um homem inteligente.

quarta-feira, maio 17, 2006

Histórias de Fadas para Meninas Más


Hansel e Gretel

Isto, dizia Hans comendo uma coxinha de frango sentado no sofá enquanto Gretel limpava, é que é a verdadeira qualidade de vida ...

terça-feira, maio 16, 2006

Candy-Candy e Jessica Rabbit




Depois de se definir o sexo da pessoa, masculino e feminino, traçando desde logo dois limites e planos diferentes de existência, o que se deve ter em conta é a categoria a que cada um pertence. Na realidade estas categorias não têm muito a ver com o sexo a que cada um pertence, mas antes o posicionamento face à vida que se tem. Ou se é bom rapaz ou filho da mãe, ou se é heroína romântica ou mulher fatal. E uma vez dentro da categoria, acreditem, nem um ferreiro pode tirar ninguém de lá. Ou se manda ou se obedece, ou se domina ou se é dominado, ou se ama ou se deixa amar.
Por uma feliz estatística os filhos da mãe encontram sempre uma heroína romântica para atazanar, as mulheres fatais sempre um bom rapaz para traumatizar e transformar num filho da mãe. A felicidade, meus caros, está nos números. Muitas heroinas românticas = muitos filhos da mãe, poucos bons rapazes= poucas mulheres fatais. Às vezes há um outro ou ser híbrido ou disfarçado, mas como todas as excepções, só confirma a regra.
As heroinas românticas, são, na minha geração aquelas alimentadas a Candy Candy ou a Anne of the green gables. Estas são a que esperam por principes, quer admitam, quer não. São aquelas que acreditam em coisas tão fantasiosas como redimir um homem com o seu amor, ou achar que ser modesta ou pouco atraente é um convite para que um belo estranho se aproxime, cativado pela força da beleza interior. Como se não vissemos vezes e vezes o resultadoque dá tentar mudar ou redimir filhos da mãe ou a personalidade que transpira de um bikini pequenino.
As mulheres fatais, a terem um modelo, esse só podia ser a Jessica Rabbit. Sim, a da personalidade no vestido vermelho. A que reduz qualquer bom homem a uma papa informe de baba abjecta, capazes de tudo só por um bocadinho de gugu dada. A que passa pela vida de qualquer bom homem e o deixa traumatizado e transformado num vilão de telenovela da TVI ou que se fica o suga até ao tutano como qualquer vilã de telenovela da TVI. Claro que muito bom homem passa a filho da mãe depois do trauma, e que muita mulher heroina romântica passa a vida inteira a fazer o mesmo erro de escolher os filhos da mãe. São as justiças do mundo.
Como acredito que ser boazinha muito inha tem o seu quê de parvo e como ser má como as cobras até compensa só me resta pensar que assim o mundo anda equilibrado. Cada um acaba por ter apenas e exactamente aquilo que merece.

terça-feira, maio 02, 2006

Histórias de Fadas Para Meninas Más

ALICE Cada vez que comia, Alice ficava grande como uma casa. Acreditem, chorar como uma madalena não resolveu. Apenas ficou molhada e de olhos inchados .