quinta-feira, março 13, 2008

Os Grandes Gestos


Há homens que, francamente, nos fazem lembrar o Dança Comigo: mais cedo ou mais tarde, toda a gente lá vai parar, e não é distinção especial ir a um. Vai-se, dá-se uma volta pela pista, e vamos embora sem deixar mossa nenhuma na pista. O que, vistas bem as coisas, é uma perda de tempo. As mulheres, todas sem excepção gostam que as façam sentir especiais. Em vez de Dança Comigo,queremos ser uma Grande Entrevista com direito a grandes spots publicitários na vida dos nossos homens. Eles é que raramente percebem.
Existem dois caminhos para nos fazer sentir especiais: os GRANDES GESTOS e os pequenos gestos. Estes caminhos são os dois eficazes, mas estatísticamente pouco usados pelo homem médio. Os pequenos gestos são aquelas coisas amorosas que fazem por nós e que mostram que gostam de nós, como, por exemplo, oferecer-se para lavar a loiça quando chegamos a casa cansadas ou ir-nos buscar uma camisola para não termos frio (idealmente, oferecerem-nos o casaco deles é ainda mais romântico, a não ser que o dito casaco não nos sirva e aí estão só a deixar-nos frustradas). Os grandes gestos são aquelas coisas giras como grandes ramos de flores, serenatas e afins.
Homem que é homem, no geral, só recorre aos gestos, independentemente destes serem S,M,L ou XL no princípio das relações ou quando elas estão em perigo, sobretudo se por causa de uma asneira grande deles. No princípio das relações, quando ainda não estamos conquistadas, estes gestos são manobras de relações públicas de modo a convencer o eleitorado. No caso dos problemas da relação, a ideia é a de acalmar e endrominar de modo a voltar às boas graças. Isto é tanto assim que, se, por exemplo, um homem for visto a chegar com flores a casa sem ser numa data especial, uma pessoa pergunta-se logo: o que é que aquele fez? Porque alguma coisa foi, de certeza.
Aqui na escola, num muro mesmo em frente à escola, um miúdo qualquer mais desesperado grafitou o seguinte:
AMO-TE MARINA. DSCP. P. TD.
O gesto é grande e interessante, mas, cm'on, era preciso ter feito asneira? Não que eu esteja a defender a grafitagem de modo nenhum, notem.
O erro mais básico dos homens é não perceberem que sete ou oito pequenos costumam evitar um grande e o potencial risco de perder tudo. Está bem, uma pessoa percebe toda aquela história da cultura masculina de um homem não chora e se se tem sentimentos é negá-los até à morte, mas não era escusadinho passarem grandes vergonhas e riscos criminais ( ser apanhado a grafitar acho que não é lá muito bom) ? A única salvação destes homens é que o grande gesto costuma resultar, porque somos umas parvinhas e deixamo-nos amolecer por qualquer bouquet de margaridas...

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