quarta-feira, fevereiro 28, 2007
Histórias de fadas para meninas más
Jovem bem apessoada procura companheiro para relação séria. Boas maneiras à mesa e na cama imprescindíveis. Deve saber nadar e não gostar de cozido.
terça-feira, fevereiro 27, 2007
quinta-feira, fevereiro 22, 2007
O tamanho xxl
Com a chegada das semanas de moda por esse mundo fora, o assunto anda nas bocas de toda a gente: criar padrões de moda mais aceitáveis de modo a que as mulheres deste mundo não se deixem morrer à fome para caberem nos tamanhos disponíveis. Em Inglaterra, conta-me a minha amiga Su, o assunto anda nas bocas de todos. Um leitor, nessa maravilhosa instituição que é a carta ao editor de jornal, levou mesmo a questão a um nível mais à frente. Se acabam com o XS para deixar de dar mau exemplo às miúdas, então deveriam de deixar de vender igualmente o XXL. Pois nada dá pior exemplo às meninas que uma matrona XXL.
Eu fiquei desapontada com a falta de visão da proposta. Depois de se deixar de fabricar roupa XXL, deve deixar de se produzir igualmente a XL e a L, reduzindo todas essas badochas desavergonhadas a vestir as tendas de campismo que merecem, ou lençois, ou cortinados e roupa de casa avulsa. Depois desta medida moralizadora dos corpos, que deveria instalar o terror divino nas gordas todas do mundo civilizado, deveriam passar-se leis mais estritas e rigorosas no sentido de lhes proíbir o acesso a todos os sítios giros e na moda de modo a não quebrarem, com o seu corpo deselegante, a harmonia dos sítios e, por conseguinte, estragar o dia a todos os giros e fabulosos que as avistassem. Depois, racionamento estrito de toda a alimentação e ginástica compulsiva. Assim, a perda de peso era garantida e, talvez depois de atingido o grau mínimo de aceitabilidade em termos estéticos se pudessem receber estes freak shows de volta à sociedade civilizada...
Logicamente, e para todos os que possam ainda ter dúvidas, estava a ironizar no parágrafo acima, mas questão é complicada, mais do que parece à primeira vista. Se formos estritos a obesidade é uma doença (doença e não distúrbio, atenção), e de facto deve-se educar as crianças para hábitos de vida saudáveis. Mas comparar anorexia com obesidade é misturar, com toda a elegância, alhos com bugalhos. Se reduzir o tamanho XS me parece uma boa ideia, acabar com o XXL já parece castigo. Sim, porque é precisamente por causa da fortíssima exclusão social de que os obesos são alvo que tantas miudas deixam de comer a pontos de ficarem à morte. Afinal, na perspectiva da sociedade, antes morta que gorda. Chamar uma mulher de gorda é um insulto, e grande.
O inglês tem várias palavras para magro, umas com conotações positivas- willowy, outras negativas- thin, mas as palavras para gordo são todas de conotação negativa: fat, frumpy, bulky, heavy-built... Até nos nosso português amado o "forte" é um eufemismo piedoso. Por detrás de um "forte" amigável estão carradas de desprezo, indiferença, ou o supremo insulto: pena. Como se se fosse leproso ou coisinha pior. E isto são só os condicionantes mentais presentes na língua que falamos, se pensarmos na sociedade obcecada pela imagem vemos que é apenas uma ínfima parte , uma gota de água no oceano que é a pressão da sociedade para as mulheres se manterem magras (e novas e bonitas e desejáveis, mas essa é outra história).
Fiquei chocada quanto li numa revista de fofoca qualquer que Antonio Banderas e Melanie Grifith têm um acordo pré-matrimonial e que uma das cláusulas nele era que ela não poderia ultrapassar o peso pré-determinado sob pena de pedido de divórcio. Como se a tivesse comprado ao kilo. Se isso acontece a uma mulher fabulosa como a Melanie, que esperança tem a mulher comum de viver com kg a mais e ser aceite? Poucas. Os homens são criaturas fúteis, não me canso de o repetir, mas a verdade é que não conseguem ultrapassar o facto puro e simples da falta de desejo. E como nenhuma mulher se quer sentir rejeitada faz tudo e mais alguma coisa para ser desejável- magra- aos olhos dos homens. Inculindo vender a alma ao maligno, ou, simplesmente, matar-se à fome. E olhem que se há alhuma coisa que exija coragem e determinação, desespero mesmo, é matar-se à fome.
Porque é que acabar com o XS é certo e com o XXL é errado? Ora, porque é. Se, os omnipresentes media fossem instrumentos de força para as mulheres em vez de as fazer sentir mal com o corpo que têm e as formas femininas, (desculpem, um 42 ou 44 não é gordo a não ser que se meça 1.40m)se as deixassem simplesmente relaxar não havia tanta mulher infeliz. Se uma mulher se sentisse feliz e sexy na roupa do seu tamanho em vez de uma baleia frustrada ao fim do dia de compras porque nada lhe serve o mundo seria um sítio muito melhor. Se os fabricantes se dedicassem a produzir e a publicitar roupa gira e confortável para todos os corpos em vez de roupas para adolescentes sem seios nem ancas nem rabo nem coisissima nenhuma, vestidos por modelos adolescentes com um índice de massa corporal condizente com a idade, o movimento de libertação teria dado um passo gigantesco. É que ninguém se consegue sentir bem se não se sentir bem na sua pele e feliz com a sua imagem.
Adoro este quadro do colombiano Botero, é tão lindo, tão sereno, tranmite uma aura de satisfação, de contentamento consigo própria que realmente me comovem. Ele diz que gosta de pintar gente gorda por causa do seu ar feliz, sereno, por causa da boa onda que transmitem. E ele tem razão. Não se deve deixar de produxir o XXL. Deve-se é partir de si próprio para se sentir feliz de belo de dentro, independentemente dos kg que se tem. Afinal, está tudo na mente. Ou vão-me dizer que a menina não é linda? Ai não? Mentirosos.
quarta-feira, fevereiro 21, 2007
Aforismo IV
sexta-feira, fevereiro 16, 2007
Feministas Eméritas
quarta-feira, fevereiro 14, 2007
10 coisas para fazer no dia dos namorados
terça-feira, fevereiro 13, 2007
sexta-feira, fevereiro 09, 2007
A galinhagem da pop
So take me as I am