segunda-feira, abril 17, 2006

House


Tal como milhares de mulheres por esse mundo fora, aguardo ansiosamente pela estreia da segunda temporada da série House. A auspicosa data é já terça feira na FOX, apesar de não nos podermos queixar verdadeiramente da sua ausência com tanto re-run que o canal fez. Agora, uma coisa há que confessar: não é a história da série, apesar de fascinante o que me leva a estar ansiosa. Muito menos o restante elenco, apesar de muito competente. Não, a verdadeira verdade disto tudo é que é pelo House mesmo.
O Dr. House, é, sobre todas as perspectivas que o analisemos, um anti-herói. É estupidamente bom naquilo que faz, que é exercer medicina na especialidade de nefrologia. Mas é a única feição que o redime. É contundente e sarcástico com os pacientes e colegas de trabalho, é viciado em comprimidos para as dores e emocionalmente é um longo e árido deserto. Mas minha gente, não sou só eu ou a sua colega de trabalho , Allison, que se derrete de amores por ele. Eu e mais uns bons milhões de mulheres fantasia com um cheek to cheek com o Dr. House, bengala opcional.
Sendo ele uma criatura tão arisca e tão emocionalmente distante seria de se esperar que não atraísse mulheres. Pelo contrário, atrai-as mais que qualquer homem atencioso,inteligente e sensível. Primeiro, porque os homens atenciosos, inteligentes e sensíveis são bichos raros e esquivos, raramente encontrados no estado selvagem, pois parecem estar todos em cativeiro, bem guardados por namoradas e esposas. Segundo, porque contrariamente ao que seria de esperar as mulheres adoram um bom canalha.
A sério, quanto mais emocionalmente indisponível, quanto mais frio e inatingível melhor. Tem vícios? Tem bagagem emocional? Melhor. Não há nada melhor para uma mulher que pôr o uniforme de Florence Nightingale e curar os corações sensíveis feridos pelas outras, e redimí-los com a força do nosso amor. E isto, minhas amigas, é um dado universal corroborado pela literatura universal. Homens arrogantes e altivos são ingredientes essenciais da Jane Austen, e o Mr Darcy é o que é. Homens insuportáveis e irrascíveis estão simbolizados pelo Mr. Rochester da Jane Eyre, o Heathcliff do Monte dos Vendavais ou o Maxim de Winter. Como se não bastasse já a nossa natural tendência para a asneira, ainda temos a literatura a encorajar-nos (e o cinema também, diga-se). Bonito.
Honra seja feita à série, não foi feita a pensar no mulherio que iria derreter à volta do torturado Dr. Greg House. É inteligente, uma espécie de quebra-cabeças inteligente que prende o espectador à cadeira. Mas a verdade é que não há como evitar suspirar e fantasiar com o Dr. House. Não é a culpa dele, tal como dizia a Jessica Rabbit, he was drawn that way...

1 comentário:

Anónimo disse...

Ah pois é... a canalhice é como o champagne.. sobe-nos à cabeça antes de nos dar tempo de calcular a ressaca que vai dar...
O resultado é quase sempre uma dor de cabeça...
e no entanto, quando a próxima garrafa se apresenta, nao nos fazemos rogados...
a tua
Su