
Estou convicta que agora, aos trinta, estamos no nosso apogeu. Eu sei que os homens consideram que o nosso apogeu é aos vinte e pouco porque é quando fisicamente estamos mais perto daquilo que eles acham perfeito, mas a verdade é que independentemente do que eles pensam, aos trinta é que nós estamos bem. Aliás se o meu eu de trintas pudesse dar uma ou duas palavrinhas ao meu eu de vintes essas palavrinhas andariam de certeza na onda do "sua parva". Sentimo-nos mais confiantes com o nosso corpo e a nossa sexualidade, relativizamos aquilo que percebemos como defeitos e, com a experiência das relações passadas, aproveitamo-las melhor, sem os stresses e as pressões que sentíamos antes. Com esta atitude temos confiança para os homens mais velhos, sentimo-nos à vontade com eles mais novos. Claro que com isso levamos com a fama de trintonas malucas... mas não sei se será evitável o preconceito.
Nas regras daquilo que é a relação perfeita, e como qualquer herói da Nora Roberts lhes dirá, a idade perfeita para um homem casar está nos trinta e poucos, depois de uma década e tal a galinhar de mulher em mulher é suposto estar já capaz de assentar. Já para as mulheres a idade das mulheres varia, mas não ultrapassa os vinte e cinco ou vinte e seis. Isto é interessante: considerarão as regras dos casais perfeitos que uma mulher precisa de um tempo de galinhagem menor que um homem? Será o preconceito de que as mulheres amadurecem mais depressa que os homens e o de que são naturalmente mais contidas em termos sexuais que os homens verdade? I don't think so. Eu que tenho uma mentalidade austera desde os cinco anos considero que aos vinte e poucos era, como dizê-lo delicadamente, uma parva. Os anos que se passaram entre esse ponto e o que me encontro fizeram-me muitíssimo bem. Os outros não acham, mas eu sim.
Aparentemente, e de acordo com a mentalidade patriarcal que rege a nossa sociedade, não temos nada que andar por aí armadas em Senhoras Independentes. Uma mulher mental, física e sexualmente insegura é que se quer, é que é bem. Se são trintonas e disponíveis, não devidamente guiadas e controladas pelos homens somos uns perigos à solta. Tenham medo, tenham muito medo...
Cá em Portugal somos apelidadas de trintonas malucas, o sonho de auto-denominados mal-casados e homens parvinhos com desejos de fazer de nós o Creoula, navio-escola onde se passa uns meses para aprender. Nos países anglo-saxónicos somos cougars, pumas, predadoras implacáveis que abocanham os incautos que nos passam à beira. Na sociedade patriarcal em que vivemos, a culpa é mais uma vez (sempre) nossa. Onde é que já se viu mulheres terem ideias claras e controlo sobre si mesmas, o seu corpo e parceiros? Oh, o horror.
Mas este não é um texto de corte e costura, é um texto de celebração. Não é tão bom estarmos num ponto da vida em que as únicas barreiras são as da nossa imaginação? É. Por isso aproveitem, vistam os vossos casacos tigresse e vão viver. E a Mrs. Robinson que se lixe, é só uma personagem de filme.
1 comentário:
certíssimo:)
Estou sempre a favor da celebração que é outra coisa que se aprende quando se passou dos trinta. Há que celebrar tudo o que vale a pena celebrar e ignorar os comentários maldosos
Enviar um comentário